Internacional

China diante de dura retomada após histórica retração econômica

17 abr 2020, 7:39 - atualizado em 17 abr 2020, 7:39
China Bandeira
A economia da China não registra retração anual desde o fim da era Mao na década de 1970 (Imagem: Reuters/Tingshu Wang)

O coronavírus causou a primeira retração econômica na China em décadas no primeiro trimestre. E, com a doença espalhada pelo mundo, agora o país depende da frágil demanda doméstica para estimular a recuperação.

O PIB chinês encolheu 6,8% em relação ao ano anterior, o pior desempenho desde pelo menos 1992, quando os dados oficiais do PIB trimestral começaram a ser publicados.

O resultado ficou abaixo estimativa média de queda de 6%. A economia da China não registra retração anual desde o fim da era Mao na década de 1970.

As vendas no varejo caíram 15,8% em março, sob o impacto da cautela de consumidores, enquanto o investimento diminuiu 16,1% nos três primeiros meses do ano.

Um dado mais positivo foi a queda menor do que o esperado em março da produção industrial, de 1,1%, já que as fábricas retomaram as atividades após a flexibilização das medidas de confinamento.

Tanto o varejo quanto a produção fabril mostraram melhora em relação à mínima nos primeiros dois meses, o que sugere uma estabilização da atividade econômica.

“Esperamos que essa recuperação continue”, disse Louis Kuijs, chefe de economia da Ásia na Oxford Economics Hong Kong Ltd. “No entanto, a recuperação será desacelerada pela persistente fragilidade do consumo e pela queda da demanda externa.”

Para amortecer o impacto econômico, a China lançou uma série de medidas e aumentou o suporte fiscal e monetário, embora não na mesma escala de outros países.

Uma reunião do Politburo do Partido Comunista nos próximos dias pode dar mais sinais quanto à direção das políticas de apoio.

Embora as exportações tenham caído menos do que o esperado em março, com a retomada gradual da capacidade de produção, economistas alertam para obstáculos à frente diante da paralisação econômica em outros países e menor demanda externa.

“A maioria das grandes economias ainda está na fase de confinamento”, disse Robin Xing economista-chefe para China no Morgan Stanley Asia, em entrevista à Bloomberg TV. “Como resultado, o crescimento no segundo trimestre será superficial, apenas um pouco acima de zero.”

Do lado positivo, a taxa de desemprego segundo pesquisas caiu em março, para 5,9%, em relação ao recorde de 6,2% de fevereiro.

Isso sugere que a China tem evitado o tipo de destruição do emprego visto nos EUA, onde mais de 5 milhões de pessoas solicitaram seguro-desemprego na semana passada, elevando o total no mês desde que a pandemia passou a afetar a economia para 22 milhões de pessoas.

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