Criptomoedas

China fortalece yuan digital com pagamento de juros sobre depósitos em meio a cerco sobre criptomoedas e stablecoins

29 dez 2025, 13:01 - atualizado em 29 dez 2025, 13:01
china EUA tarifas Na fixação mensal desta segunda-feira, a China manteve a taxa primária de empréstimo de um ano (LPR) em 3,1%, enquanto a LPR de cinco anos ficou em 3,6%
O novo marco regulatório busca atualizar o papel do yuan digital, que deixa de ser utilizado apenas como dinheiro eletrônico, para se transformar em depósito bancário digital. (Imagem: Getty Images Signature/Canva Pro)

O Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou que, a partir de 1º de janeiro de 2026, os bancos comerciais poderão pagar juros sobre saldos mantidos em carteiras verificadas do yuan digital (e-CNY).

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A iniciativa ocorre em paralelo ao endurecimento das ações contra o mercado de criptomoedas, incluindo mineração de bitcoin (BTC) e tokenização de ativos.

De acordo com Lu Lei, vice-presidente do PBoC, o novo marco regulatório busca atualizar o papel do yuan digital, que deixa de ser utilizado apenas como dinheiro eletrônico, para se transformar em depósito bancário digital. O governo espera estimular a adoção da moeda, mantendo o controle do sistema financeiro em meio ao crescimento da importância de moedas digitais privadas, as stablecoins.

O yuan digital utiliza uma arquitetura híbrida, sob controle direto do governo. Nesse sistema, o BC define as regras e opera a infraestrutura central, enquanto os bancos comerciais oferecem as carteiras digitais, cuidam da segurança e seguem a regulamentação. Além disso, o yuan digital passa a ter um seguro de depósitos, se aproximando mais de um sistema bancário tradicional.

A nova regulamentação quer acelerar o processo de expansão do e-CNY. Até o fim de novembro de 2025, o yuan digital havia processado 3,48 bilhões de transações, com valor total de 16,7 trilhões de yuans (cerca de US$ 2,38 trilhões).

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No panorama internacional, a ponte multi-CBDC (mBridge), plataforma do BIS (Bank for International Settlements, também chamado de “Banco Central dos Bancos Centrais”) voltada a pagamentos transfronteiriços entre bancos centrais, realizou mais de 4 mil operações, sendo que o yuan digital respondeu por 95,3% do volume financeiro.

Esse novo marco também reforça a postura mais rígida China em relação ao mercado de criptomoedas. Em dezembro, autoridades fecharam mais de 400 mil operações de mineração de bitcoin na região de Xinjiang.

Além disso, associações financeiras chinesas emitiram alertas proibindo instituições de participar da tokenização de ativos do mundo real (RWAs, na sigla em inglês), e o PBoC voltou a criticar as stablecoins. O banco central chinês acredita que elas facilitam a lavagem de dinheiro, a arrecadação ilícita de fundos e a fuga de capital.

Para analistas, a combinação entre a introdução de juros no yuan digital e o cerco às criptomoedas privadas evidencia a estratégia chinesa de preservar a autoridade monetária e o controle sobre os fluxos financeiros.

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*Com informações do Be(In)Crypto.

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Repórter estagiária no Money Times e jornalista em formação pela Universidade de São Paulo, com passagem pela Sapienza Università di Roma. Antes, trabalhou no UOL, no Terra e no Laboratório Agência de Comunicação da ECA-USP.
Repórter estagiária no Money Times e jornalista em formação pela Universidade de São Paulo, com passagem pela Sapienza Università di Roma. Antes, trabalhou no UOL, no Terra e no Laboratório Agência de Comunicação da ECA-USP.

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