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China não quer limitar comércio com medidas de segurança

24 jun 2020, 9:42 - atualizado em 24 jun 2020, 9:42
Importação Exportação Commodities
O departamento da alfândega da China solicita que tanto exportadores quanto importadores apresentem a carta (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O pedido da China para que exportadores de produtos agrícolas assinem uma carta declarando que as cargas não estão contaminadas com coronavírus não é uma medida destinada a impor restrições comerciais, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

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A solicitação inclui todos exportadores e não tem como alvo países específicos, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

Os pedidos são informais e têm como objetivo reduzir preocupações de consumidores chineses sobre a segurança de produtos importados, como a carne, disse uma das pessoas.

O departamento da alfândega da China solicita que tanto exportadores quanto importadores apresentem a carta, disse outra pessoa.

A notícia de que clientes chineses que compram carne e soja estão solicitando tal declaração despertou preocupação entre alguns fornecedores sobre as implicações legais.

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Até agora, muitos exportadores dos EUA têm mostrado relutância por receio de terem que arcar com a responsabilidade. A Tyson Foods foi a primeira a confirmar que assinou o certificado.

A medida também causou preocupação de que seria uma barreira comercial não tarifária, tática que a China aplicou no passado para vários produtos, desde cargas de milho dos EUA à canola canadense. O departamento da alfândega da China não respondeu a um pedido de comentário por fax.

 A Tyson Foods foi a primeira a confirmar que assinou o certificado (Imagem: Facebook/Tyson Foods)

A decisão da China vem na esteira de um novo surto de coronavírus atribuído ao salmão importado. O receio de que os alimentos possam transmitir o vírus levou ao boicote do salmão no país asiático, embora a China tenha concordado posteriormente com especialistas globais de que é improvável que o comércio de alimentos seja responsável pelo novo surto em Pequim.

O setor de carne da China está em contato com empresas no exterior e sugeriu que exportadores de carne, particularmente em países onde os casos de coronavírus são altos, garantam o cumprimento dos padrões de segurança alimentar estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde para que seus produtos não sejam contaminados, disse uma das pessoas.

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Exportadores não são obrigados a assinar a carta, disseram as fontes. No entanto, o departamento da alfândega da China informou importadores que é melhor ter a carta com sua própria declaração, disse uma das pessoas.

A alfândega tem a palavra final sobre se os produtos podem entrar no país, dependendo dos resultados dos testes dos itens para o vírus, disseram as pessoas.

Alguns importadores de carne na China pediram a fornecedores que acrescentem uma garantia como apêndice aos contratos.

Assim, o comprador estaria livre de assumir o possível risco de os produtos estarem contaminados, disse uma das pessoas. Produtores chineses de carne doméstica também devem assinar a carta para garantir que suas mercadorias estejam protegidas contra contaminação, disse a pessoa.

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bloomberg@moneytimes.com.br