Citi corta preço-alvo de Hypera (HYPE3) e ação cai; o que está por trás da revisão?

As ações da Hypera (HYPE3) encerraram a sessão desta terça-feira (12) entre as maiores quedas do Ibovespa. HYPE3 caiu 1,26%, a 22,81.
Os papéis da farmacêutica foram pressionados pela revisão das expectativas para a companhia pelo Citi.
O banco reduziu o preço-alvo para as ações HYPE3 em 6%, de R$ 30 para R$ 26 nos próximos 12 meses — o que representa um potencial de valorização de 12,5% sobre o preço de fechamento da última segunda-feira (11). A recomendação neutra foi mantida.
Em relatório, os analistas Leandro Bastos e Renan Prata avaliam que o crescimento das vendas (sell-out) continua aquém das expectativas iniciais, impactados por “ventos contrários” contínuos no crescimento em todo o setor de medicamentos para dor.
“A venda continua ficando para trás do crescimento do setor de forma consistente desde 2023, refletindo não apenas o crescimento mais forte de medicamentos patenteados nos últimos anos (por exemplo, GLP1), mas também seu perfil de portfólio (por exemplo, dor + antigripal que representam 35% da venda total), que continuou a oscilar mais recentemente”, escreveram os analistas em relatório divulgado nesta terça-feira (12).
Eles também citam o enfraquecimento institucional, principalmente do segmento público — “o que naturalmente não é um bom presságio para a alavancagem operacional no futuro”.
A dupla ainda considera que os descontos podem continuar altos, de aproximadamente R$ 250 milhões por trimestre, refletindo condições competitivas acirradas.
- CONFIRA: Está em dúvida sobre onde aplicar o seu dinheiro? O Money Times mostra os ativos favoritos das principais instituições financeiras do país; acesse gratuitamente
Pouca valorização adiante?
Para os analistas do Citi, há pouco espaço para a valorização das ações da Hypera, ainda que o valuation seja “atraente”.
Nas contas do banco, HYPE3 vem sendo negociada a um múltiplo de 7,3 vezes o preço sobre lucro (P/L) projetado para 2026 — o que é uma assimetria de valuation convincente a longo prazo.
Contudo, faltam catalisadores óbvios de curto prazo, além do risco de queda para as estimativas de consenso
Eles também destacam que há rumores de saída de um investidor estratégico, o que pode representar um obstáculo para as ações no curto prazo.
Com essas premissas combinadas com os fatores macroeconômicos, o Citi reduziu as estimativas de lucros para 2025 e 2026 — o que resulta em expectativas mais fracas de receitas e margens.