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Citigroup se une a bancos brasileiros em socorro de R$ 17 bilhões ao setor elétrico

22 abr 2020, 8:35 - atualizado em 22 abr 2020, 8:53
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O Citigroup está envolvido apenas nas discussões do setor de energia, disseram as pessoas (Imagem: REUTERS/Chris Helgren)

O Citigroup se juntou aos bancos locais na ajuda de R$ 17 bilhões ao setor de energia elétrica no Brasil, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

O pacote em discussão consiste em um empréstimo sindicalizado organizado pelo BNDES, disseram as pessoas, pedindo para não ser identificadas porque as conversas são privadas. Entre outros bancos que podem participar estão o Itaú Unibanco (ITUB4), o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3), bem como o Santander Brasil (SANB11), disseram as pessoas.

As distribuidoras de energia estão com dificuldades para pagar as geradoras, já que muitas pessoas e empresas pararam de pagar as contas e o órgão regulador da indústria Aneel proibiu cortes no fornecimento de energia por 90 dias. Ao mesmo tempo, o consumo de energia caiu cerca de 20% devido à quarentena com o coronavírus.

O governo já concedeu um empréstimo de R$ 900 milhões para compensar as perdas resultantes de sua decisão permitindo que os clientes que usam até 200 quilowatts-hora por mês deixem de pagar suas contas em abril, maio e junho.

O novo empréstimo será pago pelos consumidores como uma percentagem de suas contas de energia, disseram as pessoas.

Um modelo semelhante foi usado para empréstimos de ajuda ao setor em 2014 e 2015, quando o aumento no consumo e a falta de chuva elevaram os preços. Esses empréstimos funcionaram para os credores, de modo que agora bancos como o Citigroup estão confortáveis ​​com o risco, disseram as pessoas.

Em uma das ideias discutidas, o empréstimo teria um período de carência de dois anos e um prazo total de cinco anos, disse uma pessoa.

O BNDES “tem papel protagonista no suporte às grandes cadeias produtivas”, disse o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, domingo, em uma videoconferência com executivos do Itaú.

Para empresas com receita superior a R$ 300 milhões, o BNDES está organizando empréstimos sindicalizados em parceria com bancos do setor privado para economizar recursos do governo, disse.

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O BNDES “tem papel protagonista no suporte às grandes cadeias produtivas”, disse o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, domingo, em uma videoconferência com executivos do Itaú (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

Os empréstimos não terão juros subsidiados, segundo ele. Até o momento, os setores escolhidos para o programa são o setor de varejo “não alimentício”, a indústria automobilística, a indústria de energia elétrica e as companhias aéreas. Outros setores podem ser incluídos posteriormente, segundo Montezano.

O Citigroup está envolvido apenas nas discussões do setor de energia, disseram as pessoas.

Representantes do BNDES, Banco do Brasil, Citigroup, Santander e Bradesco não quiseram comentar. O Itaú não respondeu aos pedidos de comentário

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