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CNH sem autoescola: Contran aprova projeto e reduz em 90% carga horária das aulas práticas

01 dez 2025, 15:41 - atualizado em 01 dez 2025, 15:46
CNH sem autoescola - Divulgação
Mudanças na habilitação incluem instrutor autônomo, menos horas práticas e possibilidade de usar o próprio veículo. CNH - Divulgação

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira (1º), a resolução que oficializa a CNH sem autoescola. A norma entrará em vigor após a publicação no Diário Oficial da União (DOU), prevista para os próximos dias, e deve ser anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em evento público.

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A medida elimina a obrigatoriedade de contratação de autoescolas e estabelece um novo conjunto de regras para todo o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

CNH se autoescola: as mudanças nas aulas práticas

Uma das alterações mais relevantes está nas aulas práticas. A partir da publicação da norma no DOU, quem quiser tirar a CNH não será mais obrigado a contratar uma autoescola. A resolução cria a figura do instrutor autônomo, profissional que deverá estar devidamente registrado nos sistemas do governo.

Além disso, a carga horária das aulas práticas terá uma redução drástica: o mínimo obrigatório cai de 20 horas para apenas 2 horas, uma diminuição de 90%.

Outra mudança importante é que o candidato poderá usar seu próprio veículo nas aulas, desde que acompanhado por um instrutor autorizado e que o automóvel atenda às normas de segurança previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Esse mesmo veículo também poderá ser utilizado na prova prática.

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Instrutores autônomos: como vai funcionar

roprietários de autoescolas organizam manifestação na Esplanada dos Ministérios contra resolução do Detran que obriga o uso de simuladores em aulas de direção (Antonio CruzAgência Brasil)
roprietários de autoescolas organizam manifestação na Esplanada dos Ministérios contra resolução do Detran que obriga o uso de simuladores em aulas de direção (Antonio CruzAgência Brasil)

Os profissionais já cadastrados no sistema do governo serão automaticamente habilitados a atuar como instrutores autônomos e receberão uma notificação via aplicativo da CNH.

Já quem quiser entrar no mercado terá acesso a um curso de formação gratuito, oferecido pelo Ministério dos Transportes.

Requisitos para se tornar instrutor autônomo

Para atuar como instrutor independente, será necessário:

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  • Ter pelo menos 21 anos;
  • Obter autorização do Detran;
  • Possuir CNH há no mínimo dois anos na categoria em que pretende instruir;
  • Não ter cometido infrações gravíssimas nos últimos 12 meses;
  • Ter ensino médio completo.

Aulas teóricas: formato mais flexível

As aulas teóricas também terão mudanças, mas neste caso a carga horária deixa de ser fixa: as entidades responsáveis terão liberdade para definir o conteúdo e o tempo de duração.

O aluno poderá escolher entre aulas presenciais ou remotas, ambas gratuitas. A plataforma do governo federal disponibilizará cursos através de:

  • autoescolas;
  • entidades especializadas em ensino a distância (EaD);
  • escolas públicas de trânsito;
  • instituições integrantes do Sistema Nacional de Trânsito.

Essas entidades, porém, deverão seguir regras estabelecidas previamente pelo Contran.

Como ficam as provas práticas e teóricas?

As provas teóricas continuam obrigatórias e seguem o mesmo formato: questões objetivas de múltipla escolha, aplicadas presencialmente ou de forma eletrônica. As regras permanecem:

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  • Duração mínima de 1 hora;
  • Aprovação com ao menos 20 acertos;
  • Possibilidade de refazer a prova ilimitadamente em caso de reprovação.

As provas práticas também continuam obrigatórias, agora com novas diretrizes:

  • Trajeto pré-definido;
  • Avaliação feita por comissão com três examinadores;
  • Possibilidade de usar o próprio veículo do candidato;
  • Reprovações ilimitadas, até a aprovação;
  • Segunda tentativa gratuita, sem taxas adicionais.

Novo prazo de validade da CNH

Antes da mudança, o candidato tinha 12 meses para concluir todas as etapas da CNH. Caso ultrapassasse o prazo, era obrigado a recomeçar do zero.

Com a nova regra, não há mais limite geral de tempo, exceto em situações específicas previstas na resolução.

Quanto vai custar tirar a CNH sem autoescola?

Segundo o Ministério dos Transportes, o novo modelo deve reduzir em cerca de 80% o custo total para tirar a habilitação.

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Atualmente, o estado mais caro para obter a CNH é o Rio Grande do Sul, com preço médio de R$ 4.951,35 para as categorias A e B (moto e carro). Com a estimativa de redução, o valor deve cair para aproximadamente R$ 990.

Confira abaixo a projeção por estado:

Estado
Custo Atual (R$)
Custo Após Redução (R$)
Diferença (R$)
Acre (AC)
R$ 3.906,60
R$ 781,32
R$ 3.125,28
Alagoas (AL)
R$ 2.069,14
R$ 413,83
R$ 1.655,31
Amazonas (AM)
R$ 3.418,95
R$ 683,79
R$ 2.735,16
Amapá (AP)
R$ 3.780,47
R$ 756,09
R$ 3.024,38
Bahia (BA)
R$ 4.120,75
R$ 824,15
R$ 3.296,60
Ceará (CE)
R$ 3.020,97
R$ 604,19
R$ 2.416,78
Distrito Federal (DF)
R$ 3.005,67
R$ 601,13
R$ 2.404,54
Espírito Santo (ES)
R$ 2.338,76
R$ 467,75
R$ 1.871,01
Goiás (GO)
R$ 2.600,39
R$ 520,08
R$ 2.080,31
Maranhão (MA)
R$ 2.858,01
R$ 571,60
R$ 2.286,41
Minas Gerais (MG)
R$ 3.968,15
R$ 793,63
R$ 3.174,52
Mato Grosso do Sul (MS)
R$ 4.477,95
R$ 895,59
R$ 3.582,36
Mato Grosso (MT)
R$ 2.964,04
R$ 592,81
R$ 2.371,23
Pará (PA)
R$ 2.802,45
R$ 560,49
R$ 2.241,96
Paraíba (PB)
R$ 1.950,40
R$ 390,08
R$ 1.560,32
Pernambuco (PE)
R$ 3.416,44
R$ 683,29
R$ 2.733,15
Piauí (PI)
R$ 2.401,00
R$ 480,20
R$ 1.920,80
Paraná (PR)
R$ 3.670,83
R$ 734,17
R$ 2.936,66
Rio de Janeiro (RJ)
R$ 2.567,82
R$ 513,56
R$ 2.054,26
Rio Grande do Norte (RN)
R$ 2.806,00
R$ 561,20
R$ 2.244,80
Rondônia (RO)
R$ 2.355,22
R$ 471,04
R$ 1.884,18
Roraima (RR)
R$ 3.828,40
R$ 765,68
R$ 3.062,72
Rio Grande do Sul (RS)
R$ 4.951,35
R$ 990,27
R$ 3.961,08
Santa Catarina (SC)
R$ 3.906,90
R$ 781,38
R$ 3.125,52
Sergipe (SE)
R$ 3.049,97
R$ 609,99
R$ 2.439,98
São Paulo (SP)
R$ 1.983,90
R$ 396,78
R$ 1.587,12
Tocantins (TO)
R$ 2.985,33
R$ 597,07
R$ 2.388,26

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Formado em Jornalismo pela PUC-SP, atua como repórter no Money Times e no Seu Dinheiro, onde também já trabalhou como analista de mídias sociais, com experiência em produção de conteúdo para diferentes plataformas digitais. Antes disso, foi repórter no site Monitor do Mercado.
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