Política

Com metas fiscais e BC fazendo seu papel, ‘a inflação deve se acomodar’, aponta Haddad

12 maio 2025, 12:00 - atualizado em 12 maio 2025, 12:00
Fernando Haddad, Ministério da Fazenda, Economia, Brasil, Lula, Política iof
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 'a inflação vai se acomodar' se BC fizer seu papel e metas fiscais forem cumpridas (Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (12) que se as metas fiscais do governo federal forem cumpridas e o Banco Central (BC) fizer seu papel, ‘a inflação vai se acomodar’.

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Durante entrevista ao UOL, o ministro afirmou que o Ministério da Fazenda não está pensando em nada além de cumprir as metas fiscais estabelecidas — no caso, cumprir os alvos de déficit zero em 2025 e superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026.

“Acredito que podemos concluir o mandato de Lula com taxa média de crescimento de 3% [da economia]. E podemos fechar 2025 com crescimento de 2,5%”, destacou.

Além disso, Haddad pontuou que considera os juros no Brasil altíssimos, mas que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem autonomia para tomar decisões. “Não posso antecipar decisão que cabe ao Galípolo, ele tem autonomia [sobre os juros]”, afirmou.

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E a guerra tarifária entre EUA-China?

Ainda durante a entrevista, Haddad afirmou que o Brasil não vai fazer uma escolha entre Estados Unidos e China em meio à guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. 

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O ministro ressaltou que o Brasil não está escolhendo um bloco econômico. “O presidente Lula não vai fazer essa escolha […] Nós precisamos repensar o nosso desenvolvimento, nós não podemos ser tão dependentes de uma relação bilateral”, disse.

Para ele, neste momento, o Brasil sabe que para se desenvolver, precisa de bons acordos comerciais com a Ásia, bons acordos comerciais com a Europa e um bom acordo também com os EUA.

A conversa com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, segundo o ministro, foi muito franca e educada, e abordou todos os temas, até os mais delicados. Sobre os acordos tarifários, Haddad ressaltou que as negociações com o governo de Donald Trump estão sendo conduzidas pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

Haddad também pontuou ao secretário o cenário deficitário da América do Sul nas relações comerciais com os EUA.

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“Como você taxa uma região que é deficitária? Do ponto de vista econômico não faz o menor sentido. Ele mesmo [Bessent] reconheceu quando eu disse isso e disse: ‘olha, nós vamos negociar, nós vamos sentar à mesa para negociar’”, afirmou. “Do meu ponto de vista, os EUA deveriam olhar com mais generosidade para a América Latina e para a América do Sul. Mas, o Brasil, do meu ponto de vista, está fazendo a política certa”, acrescentou.

Haddad afirma não estar pensando nas eleições de 2026

Ao ser questionado sobre as Eleições de 2026, o ministro afirmou que não está pensando sobre isso agora, e que a prerrogativa para disputar a presidência é de quem está no cargo, neste caso, de Lula.

Haddad deixou claro que cabe ao atual presidente optar disputar a reeleição. “Agora a prerrogativa é dele de decidir”, disse, lembrando que Lula falou “para quem quisesse ouvir” que se estiver bem de saúde vai concorrer a um quarto mandato.

Ao ser questionado sobre assumir a disputa presencial caso fosse solicitado, ou se aceitaria atuar no Senado, Haddad negou. “Eu não estou pensando em eleição em 2026, não estou mesmo”, disse.

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Haddad ainda avaliou que a economia brasileira está bem posicionada, crescendo de forma mais justa e enfrentando os problemas, embora tenha “tudo para melhorar ao longo do tempo”.

“O presidente é um entusiasta do que está acontecendo com o Brasil, e talvez, esteja enxergando um pouco além do momento atual. Mas, ele é muito entusiasmado com o potencial que está sendo construído para a economia brasileira”, completou.

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Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
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