Com salários de até R$ 40 mil, profissionais de finanças devem estar entre os mais procurados de 2023
A 15° edição do Guia Salarial Robert Half aponta que profissões da área de finanças e contabilidade são uma das oito que estarão em alta em 2023.
O Guia destaca as posições em planejamento financeiro, modelagem financeira, contábil/fiscal, controller, e tesouraria/financeiro como as atividades mais demandadas na área para o próximo ano.
Para Marcela Esteves, gerente sênior de recrutamento da Robert Half, o aquecimento das finanças e contabilidade foi puxado pela tendência de valorização das posições estratégicas, que por mais um ano encabeçaram a abertura de novas vagas.
Os profissionais mais demandados são aqueles ligados à “preparação estratégica para a expansão dos negócios, sobretudo na área de planejamento financeiro e modelagem financeira”, explica.
Remuneração
Sobre os salários na área de finanças, a metodologia do Guia definiu três faixas salariais diferentes.
Cada faixa é determinada por experiência do candidato, habilidades relevantes para o trabalho e certificações e especializações.
O intuito da pesquisa é ajudar os profissionais a personalizar sua oferta salarial de acordo com a sua função e capacidade pessoal.
A perspectiva salarial em finanças e contabilidade também pode variar de acordo com o porte da empresa. O Guia definiu uma empresa pequena ou média como aquelas com faturamento de até R$ 500 milhões anuais, enquanto empresas têm faturamento anual de mais de R$ 500 milhões.
O maior salário para uma área de finanças e contabilidade é de R$ 39 mil para o cargo de Controller em uma empresa grande.
Salários
Confira a perspectiva de remuneração em empresas pequenas e médias, conforme o nível de experiência profissional:
- Coordenador de planejamento/controladoria: R$ 12.000 | R$ 14.000 | R$ 16.600
- Coordenador de modelagem financeira/M&A/RI/tesouraria estruturada: R$ 14.000 | R$ 16.200 | R$ 19.900
- Controller: R$ 16.800 | R$ 20.750 | R$ 25.150
Já em empresas grandes, a perspectiva varia um pouco, e aumenta a quantidade de posições na área:
- Coordenador de planejamento/controladoria: 15.000| 17.000 | 21.000
- Coordenador de modelagem financeira/m&a/ri/tesouraria estruturada: 17.000 | 19.000 | 24.000
- Controller: 25.350 | 31.600 | 39.000
- Gerente de Auditoria/Controles Internos: 21.900 | 27.750 | 36.950
Expectativas
O Guia também mapeou o que os recrutadores estão buscando em profissionais da área de finanças.
As áreas que lideram em contratações são de infraestrutura (logística/energia/concessões), serviços (educação/telecom), farmacêutico/healthcare, agronegócio, bens de consumo, e tecnologia.
Já as habilidades técnicas mais procuradas no perfil de cada candidato são: automatização de processos, Excel e BI, modelagem financeira e valuation, ERP de mercado, inglês.
Enquanto as habilidades comportamentais mais valorizadas são: flexibilidade, adaptabilidade, dinamismo, resiliência, comunicação, relacionamento interpessoal.
Retenção x flexibilidade
O maior desafio para os gestores das áreas de finanças e contabilidade, atualmente, está na retenção de talentos.
O Guia avalia que 63% dos executivos acredita que encontrar profissionais qualificados será mais desafiador, enquanto 85% estão preocupados com a retenção de seus melhores talentos.
Isso acontece, conforme a pesquisa, porque a taxa de desemprego segue caindo e os bons talentos, “que não estão tão disponíveis, muitas vezes lidam com mais de uma proposta em mãos, especialmente em mercados mais aquecidos”, como é o caso de finanças e contabilidade.
Outra dificuldade é a preferência dos profissionais pelo trabalho remoto, já que 37% dos executivos disseram ao estudo que o modelo de trabalho deve voltar 100% ao presencial, contra 36% optando pelo híbrido e 17% pelo totalmente remoto.
“A falta de flexibilidade, tanto de horários quanto de locais de trabalho, assim como o aumento da abordagem da concorrência, estão entre os aspectos que mais motivam pedidos de demissão”, explica Marcela Esteves.
Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half, reforça a importância do trabalho híbrido. “Por mais desafiador que o processo de implementação do modelo híbrido possa ser, é importante encará-lo como um reflexo dos novos tempos”, avalia.
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