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Combo da eterna crise argentina faz país perder 10 milhões/t de soja em seis anos

13 jul 2021, 15:02 - atualizado em 13 jul 2021, 15:09
Campos de trigo em fazenda próxima de Azul, Argentina
Agricultura argentina tem sofrido com as crises econômicas e reduz produção (Imagem: Reuters/Agustin Marcarian)

O combo argentino de “retenciones” e mercado cambiário desnorteado entre oficial e paralelo está travando o desenvolvimento da produção de grãos. A soja foi a que mais tem pago a conta.

Há seis anos, os produtores da Argentina, os terceiros do mundo, colheram 56 milhões de toneladas. Na última safra, 46,5 milhões/t. Para a próxima, se o clima a ajudar, serão 52 milhões/t, se o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estiver certo.

Enquanto o Brasil praticamente dobrou a produção nesse período, para 144 milhões/t, a mesma coisa com as exportações, a instabilidade econômica sem fim dos vizinhos dilapidou 10 milhões/t.

Dados de analistas de Buenos Aires apontam que o imposto de retenção sobre as exportações que o governo Fernandez impõe, de 33%, sob tentativa de evitar a pressão inflacionária vindo dos preços internacionais, quebra a rentabilidade do produtor.

E este tem deixado de produzir. No mesmo período, a Argentina perdeu 3 milhões de hectares com a oleaginosa, chegando a 17 milhões na última temporada.

Segundo cálculos relativos a maio último, quando o contrato julho chegou ao pico de US$ 16,42 em Chicago e o agosto em US$ 15,72, a tonelada aproximadamente em US$ 550 ia deixando pelo caminho a retenção e a perda cambial, com o produtor recebendo US$ 337 preço pago em Rosário.

Ainda por cima, as exportações são sacudidas por greves de portuários, movimento bastante firme no país, e que afugenta os tradicionais produtores.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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