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Combustíveis: Gasolina, etanol e diesel podem subir até 14% com volta de PIS e Cofins em janeiro

28 dez 2022, 14:56 - atualizado em 28 dez 2022, 15:50
Gasolina
Inflação: alta dos combustíveis volta a assombrar os brasileiros no início de 2023 (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O preço dos combustíveis deve subir em janeiro, com o fim da isenção de impostos federais. A medida foi adotada pelo presidente Jair Bolsonaro em junho, para reduzir o impacto da guerra da Ucrânia sobre os derivados de petróleo, já que a Rússia é uma grande produtora de gás e óleo cru.

Segundo cálculos do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), citados pelo portal G1, a volta da cobrança de PIS e Cofins pode representar um aumento de R$ 0,69 por litro de gasolina. Isso corresponde a uma alta de 14% sobre o preço médio de R$ 4,93 encontrado nos postos brasileiros na semana de 18 a 24 de dezembro pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Já o aumento para o etanol pode chegar a R$ 0,26 por litro, segundo o CBIE. A cifra equivale a um reajuste de quase 7% sobre o preço médio de R$ 3,81 apurado pela ANP na semana passada. Por último, a volta do PIS e Cofins sobre o diesel elevaria seu preço em R$ 0,33 por litro – uma alta de 5% sobre os R$ 6,81 por litro divulgado pela ANP.

Combustíveis: Haddad nega prorrogação de isenção oferecida por Guedes

Ontem (27), a imprensa chegou a noticiar que Bolsonaro assinaria uma medida provisória nesta semana para prorrogar a isenção por 30 dias, num gesto de boa vontade, para que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tivesse tempo para lidar com o problema do preço dos combustíveis.

A medida teria sido, inclusive, discutida entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e seu sucessor, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o jornal O Globo, Guedes teria oferecido, inclusive, uma prorrogação maior, de 90 dias, para ajudar o novo governo.

No fim da tarde de ontem, Haddad veio a público informar que ainda não havia tratado do assunto com Lula, que está envolvido nas últimas negociações para compor seu ministério.

Pouco depois, vieram as notícias de que o futuro ministro pediu para que Bolsonaro não edite a medida provisória e deixe a isenção de PIS e Cofins sobre os combustíveis expirar em 31 de dezembro, como previsto inicialmente.

Na entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (28), em que anunciou novos nomes para assessorá-lo na Fazenda, Haddad repetiu que o novo governo ainda não definiu como será a política de preços dos combustíveis. Ele reafirmou que “pediu ao atual governo que se isente de adotar medidas que possam impactar o atual governo”.

Novo governo começa com dilema entre mais arrecadação ou mais inflação

O fim da isenção de impostos sobre os combustíveis coloca o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva numa encruzilhada. De um lado, a cobrança de PIS e Cofins reforçará a arrecadação federal com cerca de R$ 50 bilhões por ano, segundo o G1. De outro, a alta da gasolina, etanol e diesel terá um efeito-dominó sobre a economia, já que representam custos importantes para empresas e famílias.

 Assista à entrevista coletiva de Fernando Haddad, realizada nesta quarta-feira (28):

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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