Combustíveis

Combustíveis: Por que o preço do etanol disparou em uma semana

20 abr 2022, 16:54 - atualizado em 20 abr 2022, 16:59
preço etanol
Especialista afirma que grande parte da oferta do combustível em nível nacional é comprometida por uma escolha dos próprios produtores. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O preço do etanol subiu 4,5% em uma semana, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Com o litro saindo por R$ 5,241 na média nacional, o combustível chegou a custar R$ 7,696 em um universo de mais de 4,5 mil postos analisados pela ANP. As informações foram coletadas entre o dia 10 e 16 de abril e divulgadas na segunda-feira (18).

As maiores altas foram nos estados de São Paulo (6%), Goiás (5%) e Minas Gerais (4,8%). No mesmo período, a gasolina teve avanço menos intenso, de 3,7%, enquanto o diesel recuou 0,19%.

Para Paulo Feldman, economista e professor da USP, a alta nos preços é explicada principalmente pelo modelo de produção e consumo de etanol no Brasil, além de cenário desfavorável no mercado internacional.

Feldman afirma que grande parte da oferta do combustível em nível nacional é comprometida por uma escolha dos próprios produtores.

Segundo o economista, os empresários buscam destinos mais rentáveis à cana-de-açúcar, matéria prima do etanol – como a produção de açúcar e a venda do próprio combustível no exterior, onde é ainda mais valorizado.

“O problema maior está no fato de que os produtores de etanol não têm interesse em colocar o produto no mercado. Problema de safra é desculpa furada”, disse, criticando analistas que creditam o aumento nos preços a problemas no cronograma das safras anuais da cana.

Feldman disse acreditar que cabe ao governo promover políticas de incentivo para a produção e destino do etanol ao mercado nacional – como a criação de programas de financiamento de terras e equipamentos.

Segundo o professor da USP, no Brasil – país com frota de veículos compatíveis com gasolina e etanol -, os consumidores migram de um combustível para o outro com rapidez, fazendo com que o preço de um esteja “quase em função” do outro.

Em abril, o preço da gasolina disparou 7,62%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) da FGV, com forte influência sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10).

“Quando aumenta o preço da gasolina, as pessoas abandonam a gasolina e correm para o etanol, cuja oferta não cresce”, diz.

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Estagiária
Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
laura.intrieri@moneytimes.com.br
Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.