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Como funcionará o mercado imobiliário no metaverso?

20 jan 2022, 18:50 - atualizado em 20 jan 2022, 18:50
A ideia de investir no mercado imobiliário digital chama ainda mais atenção quando empresas e pessoas públicas também apostam nisso, como é o caso da Meta e Nike. (Imagem: Freepik/rawpixel.com)

O metaverso tem se tornado assunto cada vez mais comentado entre as pessoas, inclusive entre quem já pode sonhar em viver dentro dele. Considerando novas formas de se gerar valor a um ativo digital, o mercado imobiliário passa a fazer parte da discussão entre aqueles que têm interesse em ser proprietários e lucrar dentro do novo universo que integra mundo real e virtual.

Segundo Robinson Silva, Head do GRI Club Real Estate Brazil, são três os principais motivos que explicam o interesse que vem surgindo por parte dos investidores:

Em primeiro lugar, a especulação imobiliária e a valorização daquele terreno no futuro. Em seguida, a possibilidade de compra de terras para locação e realização de eventos dentro do metaverso. E, por fim, a oportunidade de se criar negócios que geram receitas e podem se tornar cada vez mais rentáveis.

A ideia de investir no mercado imobiliário digital chama ainda mais atenção quando empresas e pessoas públicas também apostam nisso, como é o caso da Meta e Nike. Até mesmo alguns artistas já estão investido milhões de dólares em terrenos e casas.

O intuito é comercializar ainda mais o espaço, tornando as atrações de interesse público e promovendo eventos nos ambientes.

Embora a ideia de ter um imóvel virtual possa parecer estranha em um primeiro momento, os usuários têm se adaptado e investido, inclusive, em acessórios e móveis para a casa, ainda que sejam objetos digitais.

Além disso, empresas estão apostando nos espaços para realização de reuniões de negócios e conseguindo, desta forma, se conectar com pessoas de diversos países dentro de um imóvel virtual.

Controvérsias

Apesar da ideia atrair interesse, adquirir terrenos dentro de uma realidade virtual envolve processos burocráticos. Especialistas entendem que, por se tratar de algo novo, determinados aspectos jurídicos ainda precisam ser adaptados para a nova realidade.

“É preciso estar ciente dos direitos imobiliários ao comprar ou vender um imóvel. O processo é menos demorado do que no mundo real e físico, mas ainda é preciso ter cuidado. Não existe ainda uma legislação [sobre o tema]. O que acontece é uma aquisição que faz parte da compra e venda de direitos através de regulamentação do código civil”, explica Fernando Zilveti, tributarista da Zilveti Advogados.

O advogado destaca que os usuários que pensam em comprar terrenos ou imóveis precisam entender sobre a tributação pela venda e por capital. Além disso, Zilveti também lembra que é preciso estar ciente de que as NFTs garantem o direito de propriedade dos cripto ativos, sendo assim, é possível transferir sua propriedade dentro do metaverso.

De acordo com Fábio Tadeu, sócio diretor da Brain Inteligência Estratégica, o mercado irá crescer muito ainda conforme os termos forem se consolidando.

“Muitas pessoas procuram experiências virtuais, mas é preciso saber que isso envolve um risco muito grande em comprar imóveis tão caros em um ambiente não real”, comenta Tadeu.

Na visão do sócio diretor, ao mesmo tempo em que a compra desse tipo de móvel traz algumas questões burocráticas, também deixa de ter outras, como é o caso do lastro oficial ou das regras de quantas vezes o patrimônio líquido de uma empresa pode ser comercializado. Ou seja, o investidor precisa estar cientes dos riscos que corre.

“É normal que o negócio surja antes da legislação, e após as empresas terem investido muito dinheiro, podem precisar se adequar às novas regras”, diz.

Fábio lembra que, no futuro, os imóveis podem valer dinheiro real, o que pode permitir que sejam trocados por bens e serviços no mundo real. Isso é mais um fator para atrair o interesse de possíveis investidores do metaverso.

Já Bruno Sindona, CEO da Sindona Incorporadora, pondera que embora toda a ideia possa ser tentadora, é preciso viver o momento presente.

“O metaverso poderia trazer várias aplicações saudáveis e pró-humanidade, mas, na verdade, o que vemos são terrenos comprados para virar publicidade. Tudo gira em torno do consumo e precisamos estar atentos a isso”,  comenta. “Estamos vivendo problemas virtuais, que sequer existem, paralelamente aos problemas reais da humanidade”.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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