Investimentos

Como investir na bolsa americana: saiba quais são as opções

14 jun 2020, 16:13 - atualizado em 12 jun 2020, 20:25
Wall Street Mercados NYSE
O mercado de ações norte-americano é mais desenvolvido do que no Brasil. Isso porque, nos Estados Unidos, investir é uma prática comum há muito tempo (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Não é necessário ser investidor para saber que os Estados Unidos possuem a maior economia do mundo, certo? E é claro que as empresas norte-americanas chamam a atenção de muitos investidores.

Mas nem todo mundo sabe que é possível investir nessas ações mesmo sendo brasileiro.

Por isso, no texto de hoje, vou te mostrar o passo a passo de como investir na bolsa americana.

Os tópicos que vamos abordar aqui são:

1. BDRs
2. ETFs
3. Corretora americana

O mercado de ações norte-americano é muito mais desenvolvido do que no Brasil. Isso porque, nos Estados Unidos, investir é uma prática comum há muito tempo. Faz parte da cultura ensinar e incentivar os filhos a investirem.

Além disso, as bolsas estadunidenses possuem uma variedade maior de ações disponíveis do que a bolsa brasileira, o que estimula ainda mais as pessoas a aplicarem.

Grandes empresas conhecidas no mundo fazem parte das bolsas estadunidenses, como: Amazon, Google, Apple e Netflix. Mas a pergunta é: como investir na bolsa americana?

Nós temos 3 respostas: através de BDRs, ETFs ou por uma corretora dos EUA.

BDRs

BDR significa Brazilian Depositary Receipt, conhecido no Brasil como Certificado de Depósito de Valores Mobiliários (CDVM). Os BDRs são títulos que possuem vínculo com a empresa a que se refere.

No Brasil, a maioria dos BDRs são de empresas norte-americanas, mas também existem de companhias de outros países.

A forma de negociação é a mesma que para empresas brasileiras, você pode tanto comprar por lote, como fracionário, usando o seu home broker. Esses ativos têm terminação com o número 34.

Mas é importante que você saiba que, ao fazer esse tipo de investimento, você não está investindo diretamente na empresa. O BDR funciona mais ou menos como um fundo, quando você compra uma ação estrangeira através dele, é como se vocês estivesse comprando uma cota.

Infelizmente, não é qualquer pessoa que pode aplicar em um BDR, somente os investidores qualificados, ou seja, aqueles que possuem mais de R$ 1 milhão investido.

Se é o seu caso, esse é um tipo de investimento que pode considerar para diversificar a carteira. Mas se não é, não fique chateado(a), ainda existem duas opções!

ETFs

ETF é a sigla para Exchange Traded Fund que é, basicamente, um fundo que replica um índice. Esse tipo de investimento pode tanto replicar índices brasileiros como índices estrangeiros.

Existem dois ETFs no Brasil que replicam índices da bolsa dos EUA, e eles são: IVVB11 e SPXI11.

A diferença entre os dois é a taxa de administração da gestora que disponibiliza o fundo e onde eles investem.

Enquanto o SPXI investe no ETF norte-americano SPY, o IVVB11 aplica no ETF IVV. Ou seja, você estará investindo na bolsa americana indiretamente.

Mas ambos têm o mesmo foco: replicar o desempenho do S&P500. E são uma opção para os investidores que buscam diversificar a carteira.

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Assim como você precisa abrir conta em uma corretora no Brasil para investir nas empresas com capital aberto na bolsa, nos Estados Unidos não é diferente (Imagem: Pixabay/Audy0073)

Importante saber que, ao aplicar em um ETF, você não recebe dividendos pois eles são reinvestidos. Mas a maior vantagem é a diversificação e, nos casos que citei acima, ter proteção em dólar. Pois a rentabilidade das ações norte-americanas está ligada ao dólar.

E, por último, mas não menos importante, você pode investir diretamente de uma corretora dos EUA. Como fazer isso? Não é tão difícil quanto parece, no tópico abaixo vou te mostrar.

Corretora americana

Assim como você precisa abrir conta em uma corretora no Brasil para investir nas empresas com capital aberto na bolsa, nos Estados Unidos não é diferente.

Mas antes de qualquer coisa, é importante que você saiba que nem todas as instituições financeiras de lá aceitam estrangeiros. É necessário que você faça uma pesquisa para saber quais instituições permitem a abertura de conta de brasileiros.

Vamos para o passo a passo:

Passo 1: Verifique quais corretoras aceitam estrangeiros, alguns exemplos: AvenueTD Ameritrade e Charles Schwab;

Passo 2: Veja se a instituição possui registro na FINRA (Autoridade Regulatória da Indústria Financeira) e autorização da SEC (Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos);

Passo 3: Procure saber quais são as taxas cobradas pelas corretora e faça comparações.

Uma pergunta que você pode fazer aqui é: eu pago imposto investindo nos EUA?

E a resposta é: você não paga imposto para o governo estadunidense, mas sim para o brasileiro. O IR é de 15% para ganhos de até R$ 5 milhões e tem um aumento progressivo, podendo chegar a mais de 22%.

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Dependendo da corretora, talvez seja necessário mais alguma documentação, procure se informar sobre as especificidades de cada uma (Imagem: Unsplash/@markusspiske)

Passo 4: Cheque a documentação necessária. Os documentos básicos solicitados são: cópia do CPF, declaração do IR, comprovante de residência, cópia do passaporte e um documento chamado W-8BEN, que sinaliza que você é um(a) brasileiro que possui interesse em investir na bolsa americana.

No entanto, dependendo da corretora, talvez seja necessário mais alguma documentação, procure se informar sobre as especificidades de cada uma.

Passo 5: Envie os documentos para análise e aguarde a confirmação da corretora.

Passo 6: Agora, é só transferir o dinheiro para a conta. Uma observação importante aqui, o banco que você utiliza precisa realizar transações de câmbio internacional para enviar o dinheiro. Verifique se o seu faz essa transação e quais são as taxas.

Passo 7: Aqui é mais uma dica do que um passo em si. Pesquise, pesquise e pesquise. Não me canso de falar isso aqui, busque informações antes de qualquer aplicação.

Assim como você precisa conhecer as empresas brasileiras quando vai investir, conheça as empresas norte-americanas. Não é porque você já ouvir falar, que ela seja um bom investimento, certo? Certo.

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