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Como o Twitter (TWTR) ganha dinheiro, afinal (não que Musk esteja precisando…)

25 abr 2022, 17:51 - atualizado em 25 abr 2022, 17:51
Elon Musk Twitter compra aquisição TWTR
Prejuízos: por enquanto, apenas o logotipo do Twitter, comprado por Musk, está no azul (Imagem: Shutterstock/Rokas Tenys)

Ao fechar a compra do Twitter (TWTR) por US$ 44 bilhões nesta segunda-feira (25), Elon Musk pode dar mais um passo na transformação da rede social em um território onde impera a “liberdade de expressão”, conforme entendida, claro, pelo bilionário. Mas os executivos da companhia têm objetivos bem mais materiais: elevar as receitas e fazer o Twitter, finalmente, gerar um lucro anual.

O balanço do primeiro trimestre deve ser divulgado na próxima quinta-feira (28), mas os números de 2021 já dão uma mostra do que espera o novo dono do passarinho azul. A empresa acumulou prejuízo líquido de US$ 221,4 milhões no ano passado, ante perdas de US$ 1,1 bilhão em 2020.

Boa parte da redução do resultado negativo deveu-se ao aumento das receitas, que subiram de US$ 3,7 bilhões para US$ 5,1 bilhões na mesma comparação.

Trata-se de um recuo importante, sem dúvida, mas que não conta toda a história. Quando se considera apenas o quarto trimestre, o Twitter viu o lucro líquido recuar de US$ 222,1 milhões para US$ 181,7 milhões. O resultado é ainda mais significativo, quando se constata que a receita cresceu 21,6% em relação a 12 meses antes, alcançando US$ 1,6 bilhão.

O aumento de 35% nas despesas gerais drenou, porém, parte considerável da receita, a ponto de o lucro operacional já ficar menor que em 2020.

Twitter tenta reduzir dependência de publicidade

Quando se olha apenas o quarto trimestre de 2021, 85% da receita da companhia foi gerada por publicidade. Os restantes 15% vieram de licenciamentos, assinaturas e outras fontes. Até 2023, o Twitter pretende alcançar uma receita anual de US$ 7,5 bilhões, dos quais, apenas 50% devem vir do mercado publicitário.

Para obter esse equilíbrio, a nova controlada de Elon Musk investe em várias frentes. A principal é elevar o número de usuários ativos monetizáveis diários (mDAU, na sigla em inglês). A empresa encerrou o quarto trimestre com uma média diária de 217 milhões de usuários ativos, concentrados, sobretudo, nos Estados Unidos. Apenas 38 milhões de usuários ativos não eram norte-americanos.

No mesmo período de 2020, esse número era de 192 milhões. A meta é chegar a 315 milhões de usuários ativos por dia no fim de 2023.

Ao mesmo tempo, o Twitter quer tornar a vida dos anunciantes mais fácil, desenvolvendo ferramentas de inteligência artificial capazes de otimizar a exposição de suas marcas, em meio a tantos milhões de potenciais alvos.

Com uma fortuna estimada em US$ 219 bilhões, Elon Musk iniciou 2022 como o homem mais rico do mundo, segundo o tradicional ranking da Forbes. Há, inclusive, quem veja o fundador da Tesla e da SpaceX como o candidato mais provável a se tornar o primeiro trilionário da história.

Assim, a geração de lucro pelo Twitter não é algo vital para o patrimônio de Musk, que pode se concentrar em transformá-lo em uma rede social sem censura. Mas, é claro que ter liberdade de dizer o que pensa e ainda lucrar com isso torna a compra da plataforma muito mais interessante.

Veja o relatório de resultados do 4T21 do Twitter.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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