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JBS (JBSS3): Como se proteger da rejeição da dupla listagem, segundo o JP Morgan; ação sobe 2,8%

19 maio 2025, 12:50 - atualizado em 19 maio 2025, 12:56
jbs jbss3
(Foto: Divulgação)

O JP Morgan atualizou seu modelo para JBS (JBSS3) e reiterou sua recomendação de compra com preço-alvo de R$ 52 (potencial de alta de 33,33%) para o final de 2025. Por volta das 12h50, o papel subia 2,8%, a R$ 39,98.

O banco destacou um cenário favorável para os lucros, com potencial de superar as estimativas de consenso, à medida que a maioria das unidades deve apresentar bom desempenho em 2025 – com exceção da operação de carne bovina. Além disso, a listagem nos Estados Unidos pode impulsionar uma reavaliação da ação, proporcionando acesso a bolsões de liquidez mais amplos, disse.

Embora o papel ainda seja negociado com desconto em relação aos pares no mercado norte-americano, seu desempenho ficou abaixo do Ibovespa nos últimos três dias.

Segundo Lucas Ferreira, Larissa Perez e Froylan Mendez, esse movimento é atribuído principalmente a um relatório recente da consultoria de voto Institutional Shareholder Services (ISS), que aponta preocupações de governança relacionadas ao modelo de ações de dupla classe — no qual as ações menos líquidas, majoritariamente nas mãos dos controladores, possuem poder de voto de 10 para 1.

O banco recomenda se proteger (hedge) contra uma eventual rejeição da listagem nos EUA comprando opções de venda com vencimento em 30 de maio, seja diretamente ou financiando a compra com a venda de calls fora do dinheiro.

O novo modelo do JP Morgan para JBS

O banco atualizou seu modelo e reduziu sua projeção de Ebitda para 2025 em uma pequena margem de 2%, para R$ 38,4 bilhões — agora 4% acima do consenso.

“Para o ano de 2025, estimamos um fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) de R$ 9,8 bilhões, o que implica um rendimento de 11,2%. A JBS negocia a 4,7x EV/Ebitda para 2025E (ou 5,7x em uma métrica equivalente ao USGAAP). Acreditamos que a listagem nos EUA ainda será aprovada em 23 de maio, mas o relatório negativo da ISS reduz as chances que antes eram consideradas muito favoráveis”.

Segundo o JP, a maioria dos investidores vinha recebendo bem a listagem nos EUA, dado o consenso de que a ação deveria negociar a múltiplos mais altos após a concretização da listagem. A ação reagiu positivamente em todos os eventos que indicaram avanço no processo de listagem. 

“Conforme a carta da JBS aos acionistas, a ISS apontou preocupações com governança relacionadas à listagem, e acreditamos que esse fator tenha pesado no desempenho das ações nos últimos três dias. Não temos uma estimativa de qual percentual dos investidores pode seguir a recomendação da ISS e votar contra a listagem no dia 23 de maio, mas isso certamente levanta preocupações e reduz a probabilidade de aprovação”.

Como se proteger da dupla listagem?

Para se proteger, o banco recomenda compra de puts com vencimento em 30 de maio, seja diretamente ou financiando a compra com a venda de calls fora do dinheiro. Quando a JBS anunciou seu plano de listagem nos EUA em meados de março, a ação subiu 28% (de cerca de R$33 para cerca de R$42) nos quatro pregões seguintes.

“Se os acionistas votarem contra essa medida no dia 23 de maio, vemos risco de a ação devolver os ganhos acumulados desde meados de março. Por exemplo, investidores podem comprar puts com strike de R$36 e vencimento em 30 de maio por R$0,44 (aproximadamente 1,1% do preço de referência de R$38,62)”. 

Como a aprovação da listagem nos EUA continua sendo o cenário base da maioria dos investidores, caso ela seja confirmada em 23 de maio, o JP Morgan espera apenas uma valorização moderada no curto prazo e nos sentimos confortáveis em limitar o ganho ao nível de R$ 41,50 por meio da venda dessas calls.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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