Como vão ser as regras de trânsito para os carros voadores da China — e que podem virar modelo para o Brasil e para o mundo
Não é preciso ir muito a fundo para encontrar filmes de Hollywood que retratam o futuro com skates flutuantes, tênis que se amarram sozinhos e viagens no tempo — como em De Volta para o Futuro. Em alguns lugares, porém, esse “futuro” já deixou a ficção científica e começou a ganhar forma. É o caso da China, que avança agora na criação de regras para os chamados carros voadores.
Segundo a agência de notícias chinesa Weixin, o órgão responsável pela aviação civil do país divulgou o primeiro esboço dos requisitos e das regras para os eVTOL — aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical — e lançou um sistema unificado para o controle de voos de baixa altitude.

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Na prática, trata-se de algo próximo a um “código de trânsito do céu”, criado para organizar o tráfego aéreo dessas aeronaves sobre áreas urbanas.
A proposta do governo chinês é centralizar todo o processo em uma única plataforma digital, substituindo pedidos fragmentados e burocráticos feitos a autoridades locais. A ideia é ganhar escala e aumentar a segurança antes da popularização dos carros voadores.
O novo sistema prevê, na prática:
- Um portal único de autorização de voos, válido em todo o território chinês
- Redução no tempo de aprovação, que pode cair de semanas para poucos dias
- Planejamento automático de rotas, com base em dados em tempo real
- Monitoramento contínuo do tráfego aéreo de baixa altitude
- Integração entre governos locais, regionais e nacionais
Como será feito esse controle?
Para colocar o sistema em funcionamento, a China pretende usar big data e inteligência artificial (IA), que devem atuar como um “controlador de tráfego aéreo digital”. A tecnologia será responsável por prever riscos, evitar conflitos de rota e acompanhar cada voo em tempo real.
A lógica é semelhante à dos aplicativos de trânsito urbano — só que aplicada ao céu. Os motoristas, ou pilotos, passarão por treinamento com instrutores qualificados.
Já as regras de “trânsito” devem, em um primeiro momento, seguir padrões próximos aos já adotados hoje por helicópteros em áreas urbanas.
Outro ponto central é a padronização. Em vez de cada cidade estabelecer suas próprias normas, o sistema conecta diferentes níveis de governo em uma mesma rede, o que facilita a fiscalização, a supervisão e a resposta rápida em caso de incidentes.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já estuda regras para os carros voadores. A China, no entanto, está mais próxima da aplicação prática dessas normas — e pode acabar servindo como um experimento para antecipar problemas e soluções antes que outros países deem um novo salto em direção ao céu.