Guerra Comercial

Compra comprometida: China pode adquirir produtos agrícolas dos EUA no início de março

17 fev 2020, 7:16 - atualizado em 17 fev 2020, 7:16
Embora nenhuma decisão final tenha sido tomada, as compras mostram que a China planeja manter o acordo comercial com os EUA (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A China avalia fazer algumas compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos no início de março, como forma de demonstrar que ainda está comprometida com o acordo comercial da fase 1, segundo pessoas a par do assunto.

O governo estuda quais commodities poderia comprar no fim de fevereiro ou início de março, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

Embora nenhuma decisão final tenha sido tomada, as compras mostram que a China planeja manter o acordo comercial com os EUA que entrou em vigor na semana passada, apesar da propagação do coronavírus, disseram as pessoas.

Como parte do acordo, Pequim prometeu comprar mais US$ 32 bilhões em produtos agrícolas nos próximos dois anos e fará esforços para adquirir outros US$ 10 bilhões.

Mas a propagação da epidemia, que já matou mais de 1,7 mil pessoas, mantém grande parte da população chinesa em casa, restringindo a demanda por várias commodities, como carne e cobre.

A epidemia de coronavírus restringe a demanda por várias commodities, como carne e cobre(Imagem: Reuters/Ajeng Dinar Ulfiana)

Embora Pequim possa comprar alguns produtos agrícolas nas próximas semanas para mostrar seu compromisso com o acordo, o vírus deve interferir no cronograma de compras deste ano, especialmente no primeiro trimestre, quando alguns embarques podem ser adiados, segundo as pessoas.

A empresa tentará compensar as compras atrasadas no fim do ano, assumindo que o surto de coronavírus seja controlado, disseram as pessoas.

Os contratos futuros de soja negociados em Chicago subiram 2,4% na semana passada, o segundo ganho semanal e a maior alta este ano, devido às expectativas das compras da China.

Embora ainda seja mais barato comprar suprimentos do Brasil, exportadores dos EUA venderam pelo menos quatro cargas para a China devido a atrasos na colheita e gargalos nos portos brasileiros.

O Ministério do Comércio da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.