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Compra do SVB, ‘vacas magras’ para BioNTech e mais demissões nas empresas de tecnologia

27 mar 2023, 14:03 - atualizado em 27 mar 2023, 14:33
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Demissões anunciadas pela Amazon na semana passada começam a vigorasr (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Compra do SVB traz alívio para bancos

Um banco regional mais saudável, o First Citizens BancShares Inc, surpreendeu os mercados nesta segunda-feira (27) ao anunciar que adquirirá os depósitos e empréstimos do falido Silicon Valley Bank (SVB). Em reação ao comunicado, as ações do First Citizens (FCNCA) subiam cerca de 50%, na Bolsa de Nova York.

Sob o acordo, a unidade First Citizens Bank & Trust Company assumirá ativos do SVB de US$ 110 bilhões de dólares, depósitos US$ 56 bilhões e empréstimos de US$ 72 bilhões.

Ao banco também será concedido uma linha de crédito da FDIC (o Fundo Garantidor de Crédito dos EUA) para fins de liquidez contingente. Além disso, terá um acordo com o órgão regulador para compartilhar algumas perdas em empréstimos comerciais para fornecer proteção adicional contra possíveis perdas de crédito.

A negociação trouxe alívio para as ações das instituições financeiras colocadas sob suspeita dos mercados como potenciais vítimas da crise de liquidez. É o caso dos bancos First Republic (FRC), cujo papel avançava 18%, e o PacWest Bancorp (PACW), que ganhava 5% também em Wall Street.

Com pandemia no retrovisor, BioNTech vê receita com vacina cair em 2023

A fabricante alemã BioNTech, que colaborou com a Pfizer para produzir uma das vacinas mais comercializadas no mundo durante a pandemia, prevê que ao fim de 2023 a receita com a venda dos imunizantes contra a covid-19 atinja 5 bilhões de euros.

O guidance não agradou aos investidores, que esperavam algo próximo de 8 bilhões de euros. O encolhimento da receita vem à reboque de uma menor procura por imunizantes no ambiente global, motivada pelo controle do quadro pandêmico e pela transição dos preços das vacinas para padrões comerciais.

O prospecto de menor demanda também atinge outras gigantes da saúde. O guidance da própria Pfizer fala em uma queda de 31% nas vendas dos produtos relacionados ao coronavirus (vacinas e a pílula antiviral).

Demissões em empresas de tecnologia passam de 150 mil

Os juros mais altos continuam fazendo estrago no setor de tecnologia do Estados Unidos e nas suas sucursais pelo mundo. De acordo com o site Layoffs.fyi, que faz um monitoramento em tempo real das demissões, já são mais de 150 mil funcionários do setor de tecnologia desligados desde que o ano começou.

E, nessa segunda-feira (27), duas notícias dão contorno de um movimento que, longe de acabar, está sendo vistos como o prenúncio de uma recessão.

A primeira delas vem da empresa fundada por Jeff Bezos, a Amazon (AMZO34). A Big Tech começou os desligamentos anunciado há uma semana. A última rodada de demissões deve atingir 9 mil funcionários.

A empresa já havia realizado um corte de mais de 17 mil funcionários anteriormente, citando dificuldades macroeconômicas e piora das margens.

Enquanto isso, a Accenture, uma das maiores consultorias de tecnologia do mundo, anunciou que  demitirá 19 mil funcionários em 2023. O número corresponde a 2,5% da força de trabalho. A companhia também espera um crescimento anual menor, de cerca de 8% a 10%, ante um cenário inicial de alta de 11%.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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