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Comprou ação do IRB, sonhando em ficar rico? Venda, antes que caia 47%, diz UBS BB

06 out 2020, 15:19 - atualizado em 06 out 2020, 15:29
Paciência: nova gestão do IRB precisa de mais tempo para arrumar a casa, diz UBS BB (Imagem: Reprodução/YouTube IRB Brasil)

Há alguns meses, parte dos investidores viu a forte queda das ações do IRB (IRBR3), causada pela descoberta de uma série de irregularidades contábeis cometidas pela antiga gestão, uma oportunidade para comprar um papel promissor por uma pechincha.

Alguns, inclusive, acreditavam que a resseguradora logo se recuperaria e, portanto, suas ações disparariam.

Para quem ainda acredita que o IRB pode ser uma espécie de Oi do mercado de seguros, o UBS BB (a joint-venture entre o UBS e o Banco do Brasil) tem uma má notícia: a reestruturação da companhia está apenas começando, e, pior, vai demorar até que tudo esteja em ordem.

A avaliação é de Mariana Taddeo e Kaio Prato, autores do relatório que marca o reinício da cobertura dos papéis pelo UBS BB. A análise, obtida pelo Money Times, não deixa dúvidas quanto ao pessimismo do banco suíço com a resseguradora nos próximos anos.

Vai derreter

Tanto que a recomendação para as ações é de venda. Além disso, o preço-alvo para os próximos 12 meses foi estipulado em R$ 4,60 por ação. Isso significa que, para o UBS BB, o papel ainda pode cair 47% em relação aos R$ 8,65 com que fechou o pregão de ontem (5).

“Acreditamos que vai levar tempo para o IRB recuperar a lucratividade (e atingir níveis similares ao de seus pares globais)”, afirmam os analistas. De um lado, a companhia deve frear o ritmo de crescimento de apólices premium. De outro, as margens dos contratos serão achatadas pela postura mais conservadora da nova gestão e pela elevada taxa de sinistros.

Nem mesmo as aplicações financeiras poderão ajudar a cobrir essa diferença, segundo o UBS, já que as taxas de juros estão em patamares historicamente baixos.

“Portanto, esperamos um ROE de 4% em 2021 (versus 9,6% de seus pares globais), alcançando 12,3% em 2024, ligeiramente acima do de seus principais concorrentes globais no longo prazo (cerca de 11%)”, afirma o banco suíço.

Excesso de otimismo

Os analistas alertam, ainda, que o atual patamar de preço das ações indica que os investidores embutiram, no valor do papel, um ROE de aproximadamente 20% e uma taxa de sinistralidade de 62% no longo prazo, alinhada à média do IRB entre 2014 e 2019. A dupla ressalta que esses parâmetros são muito altos, frente à situação da companhia.

Alerta: para UBS, não há motivos para ser otimista com o IRB (Imagem: Divulgação/UBS)

Pelas contas do UBS BB, a sinistralidade deve bater em 95% neste ano, baixando para o patamar de 70% apenas em 2024.

Outro parâmetro importante no mercado de seguros é o COR (Combined Operating Ratio, ou taxa operacional combinada), que representa a soma dos custos e despesas operacionais e dos sinistros, dividida pelo total de prêmios recebidos. Se a conta é maior que 100%, significa que a empresa está deficitária.

No caso do IRB, o COR estimado pelo UBS BB para este ano é de 123%, recuando para 101% em 2021 e para 97,7% em 2024.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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