Confiança da indústria cai e atinge nível mais baixo desde outubro de 2023

A confiança da indústria no Brasil caiu em agosto para o menor patamar desde outubro de 2023, registrando a maior queda mensal desde a pandemia de Covid-19, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (27).
O Índice de Confiança da Indústria caiu 4,4 pontos em agosto em relação ao mês anterior, para 90,4 pontos, segundo a FGV, impulsionado tanto por uma piora na avaliação da situação atual quanto nas expectativas para o futuro.
“A combinação entre a contração da política monetária e o aumento da incerteza, intensificada pelas novas taxações sobre produtos brasileiros, configura um cenário desafiador para o setor”, afirmou o economista do FGV IBRE, Stéfano Pacini.
“A queda da confiança da indústria em agosto reforça a tendência de insegurança entre os empresários”, completou.
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De acordo com a FGV, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 3,9 pontos, para 93,4 pontos, evidenciando a preocupação de alguns setores com o acúmulo de estoques, segundo Pacini.
Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,9 pontos, para 87,6 pontos, mostrando pessimismo do setor em todas as categorias de uso, principalmente em relação às perspectivas para os próximos seis meses, disse ele.
“O resultado da sondagem está em linha com a complexidade da macroeconomia para o setor industrial no segundo semestre. Um cenário de contração da política monetária e de aumento da incerteza, em virtude das questões externas envolvendo Brasil e EUA, pode intensificar a desaceleração que já era esperada para o setor”, acrescentou Pacini.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas comerciais de 50% sobre uma série de importações brasileiras. No cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve, no final de julho, a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano, alertando que prevê manutenção da taxa por um período prolongado, e pregando cautela diante das incertezas geradas pelas tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros.