Confiança volta ao radar: Gestores estão otimistas com o mercado de FIIs, aponta pesquisa

Após um período de maior cautela e até pessimismo, os gestores de fundos imobiliários voltaram ao campo otimista em relação aos próximos 12 meses do setor.
É o que mostra a nova edição da pesquisa semestral elaborada por analistas do BTG Pactual e da Empiricus Research, que ouviu 42 gestoras de FIIs.
Segundo o levantamento, o chamado ‘grau de confiança’, que mede a relação entre risco e retorno esperado para o mercado imobiliário brasileiro, registrou avanço e voltou ao território positivo.
O relatório aponta também uma melhora significativa na percepção de todos os segmentos de fundos imobiliários, com avanços expressivos em escritórios e residencial para renda.
O setor de crédito — representado pelos FIIs de recebíveis (CRIs) — segue na liderança em termos de confiança, reflexo, segundo os analistas, da boa performance dos rendimentos nos últimos trimestres.
Principais gatilhos e pontos de atenção
A pesquisa também identificou os principais gatilhos de valorização e os riscos que devem ser monitorados ao longo do segundo semestre.
A possibilidade de cortes na taxa Selic e o recuo na curva de juros futuros aparece como um dos principais catalisadores para os gestores.
Já em relação aos pontos de atenção, o nível de endividamento dos fundos e eventuais mudanças regulatórias ou tributárias — como a taxação dos dividendos proposta pelo governo a partir de 2026 – foram citados por 33% dos participantes.
Por sua vez, o risco de inadimplência, mais associado aos FIIs de crédito, completa o ranking de preocupações, ficando na terceira posição.
Pontos fortes e gargalos dos FIIs
Além dos temas considerados tradicionais, a edição atual incluiu duas perguntas extras. Segundo o BTG, a primeira buscou entender quais aspectos qualitativos são mais relevantes no processo de avaliação de um fundo.
Para os gestores, a qualidade e a localização dos ativos – além da experiência da equipe de administração – são os principais fatores.
A segunda perguntou o que ainda precisa evoluir no setor. Nesse caso, as respostas mais frequentes apontaram para a baixa liquidez das cotas no mercado secundário e a necessidade de maior segurança jurídica e regulatória.
Com uma taxa de resposta de 50%, o relatório elaborado pelo BTG Pactual em parceria com a Empiricus Research reforça o papel da pesquisa como termômetro para os investidores que acompanham o setor imobiliário.