Conflito entre Irã x Israel pode fazer a Petrobras (PETR4) mexer no preço dos combustíveis?

De acordo com o analista da StoneX, Marcelo Bonifácio, o avanço da guerra entre Irã e Israel deve afetar o mercado caso a Petrobras (PETR4) decida elevar o preço da gasolina, em meio a alta do petróleo.
Na semana passada, os preços do petróleo subiram cerca de 8% e avançam 2,77% por volta de 12h31 desta terça-feira (17) .
“Isso é muito difícil prever porque a estatal acabou de realizar um corte para gasolina. Vemos uma produção de derivados no Brasil muito forte, então é difícil dizer se esse reajuste deve acontecer. O diesel tem um mercado de importação mais forte, então ele é mais sensível aos preços internacionais”.
O Irã responde por cerca de 3% da oferta global de petróleo, mas 20% dessa oferta passa pelo Estreito de Urmuz, além de outras rotas causarem preocupação.
“Antes do começo da guerra, tínhamos um petróleo bem baixista e a OPEP sinalizando aumento de oferta. Tirando esse risco geopolítico, podemos ter um mercado menos tensionado. Não vejo a Petrobras mexendo nos preços”.
O momento do etanol
Há duas semanas, a Petrobras reduziu os preços da gasolina nas refinarias em 5,6%, que não teve grandes efeitos no preço do combustível na bomba.
Nas usinas, o preço do etanol tem perdido força, não somente pela gasolina mais enfraquecida, e sim pelo avanço da safra, algo normal, até porque a paridade está um pouco pior frente 2024.
No ano passado, a paridade estava tão favorável que os preços subiam em plena safra, por conta da demanda aquecida.
“Em 2025, a paridade é um pouco pior e isso traz um poder de barganha menor para as usinas em termos de preço”
No Cepea, os preços já marcam cinco semanas de queda.
“Os preços vão cair justamente para puxar essa demanda. Mas, assim que entrar a entressafra da cana, vamos ver um impulso um pouco mais forte”.