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Construtoras: Como foi o trimestre de novo Minha Casa Minha Vida, queda da Selic e follow-ons

15 nov 2023, 13:00 - atualizado em 14 nov 2023, 20:41
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Construtoras e incorporadoras tiveram resultados mistos com melhora de margens, atenção ao caixa e cautela com lançamentos (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

A temporada de balanços financeiros chegou ao fim e as empresas de construção civil apresentaram seus resultados do trimestre marcado por mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), de oferta de ações (follow-ons) e o início do ciclo de cortes da taxa de juros (Selic).

Sendo assim, construtoras e incorporadoras do segmento de baixa/média renda exibiram números operacionais e receitas melhores no terceiro trimestre com as novas regras do Minha Casa, Minha Vida. Entre elas, a elevação do teto para financiamento dos imóveis.

O analista de real estate da Empiricus Reseach, Caio Nabuco de Araujo, destaca que o cenário ainda é relativamente desfavorável para o setor imobiliário. Principalmente, o de incorporação em meio aos juros ainda elevados e com a renda das famílias ainda prejudicada.

Contudo, o ponto que ele destaca foi um movimento de cautela das construtoras e incorporadoras listadas na Bolsa com lançamentos. “Essa cautela também reflete no nível de vendas líquidas, que foi um pouquinho menor. Então, parte do mercado já esperava um clima menos favorável”, diz.

O especialista em transformação de negócios e gestão estratégica, Sandro Magaldi, observa que as vendas apresentaram alguma recuperação. Mas a insegurança de compradores e a baixa quantidade de lançamentos foram limitadores para um incremento “mais vigoroso no volume de negócios”.

“As empresas do setor estão mais seletivas quanto ao risco e priorizam o lançamento daqueles produtos mais certeiros. Seja pela localização, seja por outro atributo que lhe confira diferenciação e atratividade. Esse comportamento justifica também a baixa no volume de estoque do segmento”, avalia Magaldi.

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Construtoras de baixa/média renda com margens melhores

Porém, Araujo destaca que as companhias do segmento de baixa renda apresentaram uma melhora da margem bruta. Isso porque, dado que os empreendimentos mais antigos estão sendo entregues e aparecendo nos resultados das empresas.

“Enquanto empreendimentos novos, com margens mais saudáveis, estão sendo incorporados e com um peso maior. Com isso, as margens de MRV (MRVE3), Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) têm melhorado”, avalia.

Diante disso, o analista da Empiricus reforça que o segmento de baixa/média renda tem apresentado uma retomada um pouco melhor, visto que as vendas estão com números positivos e as perspectivas em relação ao MCMV são favoráveis.

Entretanto, ele chama a atenção para o endividamento das empresas, como a MRV. “O que faz já ser especulado captações. Dela e de outras empresas”, diz.

Média/alta renda com resultados mistos

Sobre os resultados do segmento de média/alta renda, Araujo ressalta que as construtoras e incorporadoras que já estavam operando com um “nível de excelência” um pouco acima da média, como a Cyrela (CYRE3), apresentaram “indicadores interessantes”.

“A Cyrela apresentou melhora de rentabilidade, além de uma pequena geração de caixa, com recomposição de alguns terrenos. Números que ficaram acima da expectativa do mercado. E, na nossa visão, foi um ponto positivo”, acrescenta.

No entanto, o analista pondera que algumas empresas do segmento exibiram resultados mistos. Segundo ele, houve construtora e incorporadora reportando distratos elevados. Além disso, ele cita a base de comparação quando, no ano passado, tinha alguns itens não recorrentes.

“Isso afeta um pouco a rentabilidade. É um setor que ainda tende a capturar bastante com queda da taxa Selic. Todavia, é bom citar que o financiamento imobiliário, esse custo, não deve chegar tão cedo. Sendo assim, a dinâmica ainda permanece um pouco mista nos resultados”, observa.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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