Eleições 2022

‘Continuo liberal, mas hoje sou um liberal social’, diz Doria em evento do BTG

22 fev 2022, 14:38 - atualizado em 22 fev 2022, 14:38
João Doria
Seguindo discurso semelhante a do Moro, Doria chamou atenção para o “risco” do Brasil voltar a ter um governo populista (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O governador do Estado de São Paulo, João Doria, destacou a mudança de tom do seu discurso político durante o CEO Conference 2022, evento de dois dias promovido pelo BTG Pactual (BPAC11) que começou nesta terça-feira (22).

Conhecido pelas políticas liberais do início da gestão, o pré-candidato do PSDB à presidência da República disse que se reconhece mais aberto às questões sociais.

“Continuo sendo um liberal. Mas hoje sou um liberal social. Hoje sei o que é a pobreza, sei o que é a miséria. Hoje sei que tenho que ser um liberal-social”, afirmou o presidenciável, em painel mediado pela consultora política Cila Schulman.

Doria bateu na tecla do problema da pobreza e disse ter como meta praticar a “boa política” exercida em São Paulo a nível nacional, se a eleição se mostrar viável.

Menção a Moro e terceira via

Doria e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Podemos), que também esteve presente no evento, trocaram menções e defenderam mais uma vez a união da terceira via — uma alternativa a Lula (PT) ou Bolsonaro (PL) no Executivo.

No painel anterior ao do tucano, Moro defendeu que pré-candidatos e partidos do centro se unissem para formar uma candidatura única, a terceira via, evitando uma disputa marcada por “extremos”.

Doria não divergiu muito do discurso de Moro e chamou atenção para o “risco” do Brasil voltar a ter um governo populista.

“O Sergio Moro tem razão: se chegarmos em outubro com a polarização de dois extremistas, dois populistas, o risco de vocês começarem a pensar em não permanecerem mais no Brasil […] será enorme. É isso o que a gente quer para o Brasil?”, indagou o pré-candidato.

“Dialogo muito com Sergio Moro. Tenho respeito por ele e mantemos um canal aberto. Este é um caminho que pode ajudar a salvar o Brasil. Se, mais adiante, com humildade, com diálogo, podermos chegar a uma terceira via, […] não ter o pesadelo de chegar com duas opções, com Lula e Bolsonaro”, completou.

João Doria
Doria disse que segue em boas conversas com o MDB e a União Brasil (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Doria criticou a “fraqueza” da gestão do governo atual, alfinetando a maneira como as reformas têm sido conduzidas no Congresso.

Ele disse, inclusive, que uma das metas do seu programa de governo é “fazer as reformas que não foram feitas” pelo governo Bolsonaro, sem “jamais romper o teto de gastos”.

Ao fim do painel, o presidenciável contou que segue em boas conversas com o MDB e a União Brasil, destacando a força política de uma federação ou coligação entre os partidos.

“É a melhor notícia pré-eleitoral que podemos ter”, defendeu.

Doria reforçou que o caminho que pode “ajudar a salvar o Brasil” é o diálogo que levará a uma terceira via, embora concorde que todos os participantes devam manter sua candidatura.

“João Carinhoso”

Doria disse que recebeu duras críticas quando anunciou sua intenção de se candidatar à presidência da República, mas ressaltou que a oposição faz parte da vida política.

“As pessoas não votam em alguém porque […] é ou não governador; votam em pessoas. Quando iniciarmos os debates a partir de agosto, estarão apresentando os candidatos. E aí os julgamentos poderão ser feitos”, afirmou o presidenciável.

Questionado sobre o tom da sua campanha, o governador estadual disse que, depois de “tanto enfrentamento” e desgaste com o atual presidente da república e o ex-presidente Lula, adotará uma postura “João Trabalhador”, mas também de “João Carinhoso”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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