Contra importação de aço chinês, ArcelorMittal pode cancelar investimento de R$ 10 bi no Brasil

O presidente da ArcelorMittal Brasil, Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, afirmou que a empresa pode cancelar um investimento de R$ 10 bilhões caso o Governo Federal não renove, pelo menos, o sistema de cotas-tarifas para o aço chinês adotado pelo Brasil brasileiro há um ano e que vence no fim deste mês.
“Maio é um mês chave para discutirmos o futuro do setor”, afirmou Oliveira em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, publicada nesta quinta-feira (22).
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De acordo com a reportagem, as importações de produtos acabados cresceram 34% sobre o mesmo trimestre de 2024, e o termômetro das empresas é que elas mantêm o mesmo ritmo a partir de abril.
“O fato concreto é: o mínimo que pode acontecer é a manutenção do regime que foi aprovado (há um ano). A ArcelorMittal confia em que o governo vai renovar a medida e confia também em que após a renovação continuará buscando com o setor medidas mais eficazes”.
Investimentos
Oliveira destacou a possibilidade de investir R$ 4 bilhões na usina de Tubarão (em Serra-ES) para montar uma unidade de laminação a frio e de galvanização de aço. Ao todo, segundo ele, são cerca de R$ 10 bilhões, adicionais aos R$ 25 bilhões que já estão sendo investidos desde 2022 no país.
“(Esses investimentos) podem sofrer impacto se não houver uma efetividade no controle da importação. A indústria brasileira precisa de condições para continuar gerando empregos e produtos. O Brasil é uma das opções, e prioridade, do grupo para novos investimentos. Mas, obviamente, se a importação não for controlada, essa estratégia poderá sofrer revisão”.