Carnes

Contra sinais contrários, BTG arrisca em vacas mais magras nas exportações de bovinos

12 jan 2021, 10:58 - atualizado em 12 jan 2021, 13:32
Carnes
Não há sinais de que as exportações de carne bovina possam ser menores em 2021 (Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil)

O que o BTG Pactual está vendo até o momento em relação a um período de vacas mais magras nas exportações de carnes, pelo menos na proteína bovina a aposta é arriscada.

Não somente a China acionou forte as importações mais cedo este ano – como também, no geral, os embarques foram bons nos primeiros dias de janeiro -, mas os últimos números de 2020 mostram que mercados tradicionais estão voltando a comprar após a melhoria do ambiente econômico.

E farão companhia aos chineses. “A China deve continuar firme nas compras e a expectativa é de volta daqueles que deixaram de comprar grandes volumes em 2020, como o Chile, diz Yago Travagini, analista da consultoria Agrifatto.

Em relatório aos clientes desta segunda (11), o BTG argumenta, no caso específico da carne bovina, que “os volumes de exportação tiveram queda de 9%, principalmente devido aos menores suprimentos de animais. Já os preços em dólar avançaram ante a novembro”.

Ocorre que em dezembro e janeiro as vendas externas são sazonalmente mais fracas. Sobre dezembro de 2019, a queda foi de 3%, para 168,1 mil toneladas, enquanto as mais de 2 milhões/t do ano (1,182 milhão rumaram para a China) representaram 8% a mais e 11% em dólar (US$ 8,4 bilhões), de acordo com dados da Secex.

“Mas janeiro voltaram [as exportações] a recuperar força, com números semelhantes aos de novembro”, reporta a Agrifatto. Foram 40,68 mil/t nos últimos cinco dias úteis, o que, segundo Travagini, dá a entender que a China está de volta antes do esperado, uma vez que o país costuma desacelerar e depois paralisar os mercados por vários dias durante o extenso feriadão do Ano Novo, na virada de janeiro para fevereiro.

Em relação aos potenciais de outros destinos, as quase 128 mil/t enviadas ao Egito em 2020 e as 90,4 mil do Chile (3° maior mercado), tiveram números acelerados nos últimos meses, acrescentando expectativas de que devem continuar, ainda que haja incertezas sobre a relação economia e o perfil futuro da covid-19. A Rússia importou 14% menos, mas está subindo, como o Irã, mesmo sob peso de embargo econômico.

Outra boa notícia que veio de 2020 e acende esperanças foram as aquisições dos Estados Unidos de carne in natura. Depois de zero exportações em 2019, sob vigor de restrições, em 2020 o país adquiriu em torno de 40% das 59,4 mil toneladas, mostrando que a participação das carnes processadas de menor qualidade teve ganho marginal nos 53,8% de aumento total dos embarques.

Os EUA já apareceram na quarta colocação entre os maiores compradores de carne de boi.

A Abrafrigo, por exemplo, representando exportadores médios, estima alta de 5% nos embarques este ano, devido às expectativas de vacinação e volta do consumo nos restaurantes.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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