Mercados

Cooperativas de crédito: A solução para STF se blindar de Lei Magnitsky, segundo colunista

19 ago 2025, 16:28 - atualizado em 19 ago 2025, 16:32
Supremo Tribunal Federal Building in Brasilia, Capital of Brazil
Apesar disso, os ministros procurados pela Folha, no entanto, não gostaram da ideia Crédito: R. M. Nunes)

Agentes financeiros teriam aconselhado ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) a abrirem contas em cooperativas de crédito, que não estão presentes no sistema financeiro mundial, informa a colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com a apuração, a medida seria uma forma de precaver os ministros da Lei Magnitsky, aplicada pelos Estados Unidos contra o juiz Alexandre de Moraes.

A lei prevê congelamento de ativos e restrições bancárias severas, no que alguns especialistas chamam de “morte financeira”.

  • CONFIRA: Está em dúvida sobre onde aplicar o seu dinheiro? O Money Times mostra os ativos favoritos das principais instituições financeiras do país; acesse gratuitamente

Além disso, pune bancos que tenha operação nos EUA, o que é o caso das instituições brasileiras, e façam operações com o sancionado.

O temor é que os bancos brasileiros possam receber multas milionárias. As ações desabam nesse terça.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com a coluna, a ideia foi levada a magistrados por autoridades do governo Lula ligadas à área econômica.

Ideia rejeitada

Apesar disso, os ministros procurados pela Folha não gostaram da ideia.

Embora resolvam casos específicos, magistrados avaliam que tais medidas seriam uma capitulação do STF e do Brasil.

Um deles afirmou à coluna da Folha que os bancos precisam ser tirados da zona de conforto e entender que o país não pode se submeter aos EUA.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Eles consideram absurda a ideia de que um juiz, em um sistema democrático pleno, não possa ter conta em um banco estatal do próprio país.

Para esses ministros, a Lei Magnitsky não pode justificar o fechamento da conta de nenhum cidadão brasileiro que não esteja sob penalizações ou restrições determinadas pela Justiça nacional.

Na última segunda, o ministro Flávio Dino determinou que cidadãos brasileiros não podem ser afetados em território nacional por leis e decisões estrangeiras relativas a atos praticados no Brasil.

‘Decisão equivocada’

Um banqueiro que conversou com o Money Times classificou a decisão de Dino como ‘equivocada’.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para ele, a lei americana é muito clara: ela não está colocando que tem que ser cumprida fora da jurisdição dos Estados Unidos.

“Simplesmente está dizendo que se é banco que quer operar nos Estados Unidos, está sujeito a essa regra”.

Segundo ele, não é possível operar com as pessoas que estão aqui dentro dessa sanção.

“A decisão do Dino, ela é uma decisão burra. Os bancos não são obrigados a ter o cara como cliente. Se o banco quiser fechar sua conta, ele pode fechar sua conta, certo? Independente do motivo”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Medida inédita

Diante do ineditismo, os bancos correm para entender como proceder.

O tema, inclusive, dominou a conferência de resultados do Bradesco (BBDC4).

O CEO Marcelo Noronha disse que o banco já acionou consultores para tratar do assunto.

De qualquer forma, o executivo disse que a ‘a lei não é discutida, a lei é cumprida’, o que gerou reação de  Lindbergh Farias, deputado do PT pelo Rio de Janeiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já o Banco do Brasil (BBAS3) disse que está preparado para lidar com temas “complexos e sensíveis” que envolvem regulamentações globais.

“Com mais de 80 anos de atuação no exterior, a instituição acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparada para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais”, afirmou.

O banco ressaltou atuar “em plena conformidade” à legislação brasileira, e às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema financeiro.

O Banco do Brasil é a instituição por onde os ministros do STF recebem seus salários.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar