Clima

COP30: Cúpula fecha acordo climático difícil que ignora combustíveis fósseis

22 nov 2025, 17:56 - atualizado em 22 nov 2025, 17:56
cop30 acordo climático (1)
(Foto: Reuters/Adriano Machado)

A presidência brasileira da COP30 fechou um acordo climático de compromisso que aumenta o financiamento para as nações pobres que estão lidando com o aquecimento global, mas que omite qualquer menção aos combustíveis fósseis que o impulsiona.

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Ao garantir o acordo, o Brasil buscou demonstrar unidade global na abordagem dos impactos da mudança climática, mesmo depois que o maior emissor histórico do mundo, os Estados Unidos, se recusou a enviar uma delegação oficial.

No entanto, o acordo, que chegou às horas extras após duas semanas de negociações contenciosas na cidade amazônica de Belém, expôs profundas divergências sobre como as futuras ações climáticas devem ser realizadas.

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Depois de fechar o acordo, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reconheceu que as negociações foram difíceis.

“Sabemos que alguns de vocês tinham ambições maiores para algumas das questões em pauta”, disse ele.

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Vários países se opuseram ao fato de a cúpula ter terminado sem planos mais sólidos para controlar os gases de efeito estufa ou abordar os combustíveis fósseis.

Algumas das críticas vieram dos vizinhos do Brasil na América Latina, com várias objeções feitas por Colômbia, Panamá e Uruguai antes de Corrêa do Lago suspender a plenária para novas consultas.

Após cerca de uma hora, ele retomou a sessão e disse que as decisões tomadas seriam mantidas.

Observando que os combustíveis fósseis são, de longe, o maior contribuinte para as emissões que causam o aquecimento do planeta, a negociadora da Colômbia disse que seu país não poderia concordar com um pacto que ignorasse a ciência.

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“Um consenso imposto sob o negacionismo climático é um acordo fracassado”, afirmou a negociadora colombiana.

Os três países disseram que não se opunham ao acordo político geral da COP30, mas a um dos outros textos de negociação mais técnicos que os países deveriam aprovar no final da cúpula, juntamente com o acordo principal.

Os três se juntaram à União Europeia exigindo que o acordo incluísse uma linguagem sobre a transição para longe dos combustíveis fósseis, enquanto uma coalizão de países, incluindo o maior exportador de petróleo, a Arábia Saudita, disse que qualquer menção a combustíveis fósseis estava fora dos limites.

Após tensas negociações durante a noite, a UE concordou na manhã de sábado em não bloquear um acordo final, mas disse que não concordava com a conclusão.

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“Devemos apoiar (o acordo) porque pelo menos ele está indo na direção certa”, declarou o comissário climático da União Europeia, Wopke Hoekstra, aos repórteres antes de o acordo ser selado.

O negociador climático do Panamá, Juan Carlos Monterrey, disse antes da plenária final que seu país não estava satisfeito com o resultado da cúpula.

“Uma decisão climática que não consegue nem dizer ‘combustíveis fósseis’ não é neutralidade, é cumplicidade. E o que está acontecendo aqui transcende a incompetência”, afirmou Monterrey.

Aumento do financiamento

A cúpula também lança uma iniciativa voluntária para acelerar a ação climática a fim de ajudar os países a cumprirem suas promessas existentes de redução de emissões, e pede que as nações ricas pelo menos tripliquem a quantia de dinheiro que fornecem para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem a um mundo em aquecimento até 2035.

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Os países em desenvolvimento argumentam que precisam urgentemente de recursos para se adaptarem aos impactos que já estão ocorrendo, como o aumento do nível do mar e o agravamento das ondas de calor, secas, inundações e tempestades.

Avinash Persaud, assessor especial do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, um credor multilateral voltado para a América Latina e o Caribe, disse que o foco do acordo no financiamento é importante à medida que os impactos climáticos aumentam.

“Mas temo que o mundo ainda não consiga liberar mais rapidamente os subsídios para os países em desenvolvimento que respondem a perdas e danos. Essa meta é tão urgente quanto difícil”, afirmou ele.

Vários países, incluindo Serra Leoa, também se opuseram, na plenária final, a uma flexibilização das métricas que deveriam ser utilizadas em áreas como a segurança alimentar, a fim de se prepararem para os impactos climáticos.

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O delegado de Serra Leoa disse que a lista de indicadores acordada “não é a lista elaborada por especialistas e não é uma lista que conta claramente a nossa história”.

Texto sobre combustíveis fósseis

O impasse entre a União Europeia e o Grupo Árabe de nações em relação aos combustíveis fósseis fez com que as negociações ultrapassassem o prazo de sexta-feira, desencadeando negociações que duraram a noite toda antes que se pudesse chegar a um acordo.

Corrêa do Lago disse na manhã de sábado que a presidência estava emitindo um texto paralelo sobre combustíveis fósseis — bem como sobre a proteção de florestas — mantendo-o fora do acordo principal devido à falta de consenso.

Mas ele pediu aos países que continuem discutindo as questões.

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O acordo de sábado também lança um processo para que os órgãos climáticos analisem como alinhar o comércio internacional à ação climática, segundo o texto do acordo, em meio a preocupações de que as crescentes barreiras comerciais estejam limitando a adoção de tecnologias limpas.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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