Economia

Copom está rígido demais na política monetária? Economistas analisam se é hora de relaxar

19 dez 2023, 11:51 - atualizado em 19 dez 2023, 11:51
Prédio do Banco Central em Brasília
A ata foi divulgada hoje e antevê mais reduções de mesma magnitude (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Banco Central divulgou nesta terça-feira (19) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 12 e 13 de dezembro.

Na ocasião, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), levando a taxa básica de juros para 11,75% ao ano. A decisão não pegou o mercado de surpresa, uma vez que os diretores do BC já haviam dado pistas sobre a decisão.

Para as próximas reuniões, não será diferente. Na ata do último encontro do ano, os membros do Comitê anteveem, mais um vez, reduções de mesma magnitude por enxergarem ser o mais prudente para o momento. No entanto, não há um período especificado.

No decorrer do texto, o comitê explica que só irá mudar os planos se a economia tiver uma desaceleração mais intensa, o que poderia levar a uma queda da inflação mais rápida. 

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Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a avaliação é de que o comitê está duro no tocante à condução de juro. “O BC fez questão de adicionar que o cenário doméstico está em linha com o esperado e que as projeções de inflação, citadas no 16º, ‘não se alteraram significativamente, mantendo-se acima da meta'”, pontua o profissional. 

Além disso, ele destaca que o BC já possuía uma leitura acomodatícia do ambiente externo, que foi amplamente destacado no parágrafo 6, o que faz com que o discurso ganhe maior conotação dovish quando adicionada a decisão do Fed da tarde de quarta-feira passada.

Já o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, analisa que não há motivos para que o cenário proposto pelo Copom mude e que o país seguirá com Selic em 9,50% em 2024 e 8,50% em 2025.

Em consenso no relatório produzido pelo Itaú sobre a ata, os analistas apontam que o Copom trouxe um conjunto de mudanças em direção mais branda/mais dura na comunicação do comitê, que foram, na opinião deles, neutras em termos gerais.

“As autoridades reconheceram que o cenário externo se tornou menos adverso (mas permanece volátil), mencionaram que o PIB do 3T confirmou que a economia local está perdendo dinamismo (mas com consumo resiliente) e reconheceram que a desinflação está em curso, com melhora de composição, mas em linha com o que era esperado”, explicou o documento.

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.