Comprar ou vender?

Corra enquanto é tempo: Gol (GOLL4) pode inundar mercado de ações; entenda

29 jan 2024, 13:35 - atualizado em 29 jan 2024, 17:13
Gol companhias aéreas setor aéreo viagens turismo
Risco de diluição faz BB rebaixa recomendação da Gol (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

A Gol (GOLL4) teve o seu pedido de recuperação judicial aprovado nos Estados Unidos. Com isso, a companhia ganha tempo para ‘organizar a casa’ e negociar com os credores. Ao todo, a empresa declara dívidas de R$ 20 bilhões, sendo que R$ 3 bilhões vencem no curto prazo.

Para o BB Investimentos, a recuperação irá auxiliar a companhia na parte operacional

“De modo geral, há maior preservação dos ativos essências às atividades da companhia (no caso da Gol, as aeronaves), o que proporcionaria manutenção da oferta de voos e maior probabilidade de geração de caixa para futura saída do processo”, destaca.

Além disso, uma recuperação nos EUA é, historicamente, mais favorável no processo do que no brasileiro.

Porém, tudo isso trará uma consequência amarga para o investidor.

O BB lembra que considerando a negociações anteriores realizadas entre companhias aéreas e credores/lessores e a magnitude do endividamento da companhia em relação à geração de caixa (~5,0 dívida líquida/Ebitda UDM no 3T23), é concreta a possibilidade de que parte da dívida seja convertida em ações.

“Em um cenário base onde o controlador (ABRA), que possui US$ 1,2 bilhão em títulos de dívida, realize tal conversão, estimamos um fator de diluição acima de 60% para os acionistas correntes, com preço-alvo de R$ 2,40”, discorre.

O preço embute um potencial de desvaloração de 54% ante o último fechamento. A recomendação é de venda.

“Acreditamos que a relação risco/retorno neste momento é desfavorável para o investidor e, para evitar destruição de valor, sugerimos a saída do papel”, discorre.

Bradesco também está pessimista com Gol

Na sexta, o Bradesco cortou o preço-alvo da Gol de R$ 10 para R$ 1, também citando o risco de liquidez.

Eles destacam que o saldo de aproximadamente R$ 25 bilhões em reestruturação de passivos provavelmente diluirá os acionistas minoritários devido à conversão dos US$ 2,3 bilhões em dívida em patrimônio, sendo:

  1. US$ 950 milhões de financiamento DIP;
  2. US$ 1,2 bilhão relacionados à “nota garantida sênior” (ESSN) de 2028 e;
  3. US$ 100 milhões em passivos de arrendamento de aeronaves;

Em resposta ao Money Times, a Gol informou que respeita, mas não comenta sobre opiniões de analistas de mercado.

“A companhia preza pela transparência e segue as melhores práticas de governança corporativa. A reestruturação anunciada no dia 25/01 tem por objetivo viabilizar o crescimento da companhia ao endereçar sua estrutura de capital para que tenhamos melhores resultados no futuro”, coloca.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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