Economia

Corte de 0,75% na Selic? Presidente da CNI defende que Banco Central acelere ritmo

20 mar 2024, 11:01 - atualizado em 20 mar 2024, 11:01
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Inflação em queda abre espaço para reduções mais relevantes da Selic, defende presidente da CNI (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Banco Central deveria acelerar o ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic) para, no mínimo, 0,75 ponto percentual (p.p), defende o presidente do Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban. Para ele, a aceleração é fundamental, e a trajetória decrescente da inflação abre margem para isso.

“A situação da inflação no Brasil já permite, há algum tempo, a redução mais relevante dos juros reais”, pondera Alban. Ele destaca que a redução da Selic é essencial para reduzir os custos de financiamento para empresas e para incentivar novos investimentos.

Hoje (20) ocorre mais uma Super Quarta, quando o Federal Reserve e o Banco Central divulgam o futuro dos juros nos Estados Unidos e Brasil, respectivamente.

Por aqui, a expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) promova um novo corte de 0,50 ponto percentual — o sexto consecutivo, que, se confirmado, vai levar a Selic de 11,25% para 10,75%.

Inflação brasileira e Selic

Na avaliação da CNI, as expectativas para a inflação estão em queda e sinalizam novamente para o cumprimento da meta, mas em condição ainda melhor do que o observado em 2023, pois, além de respeitar o limite superior, deve haver aproximação do centro da meta, de 3%.

“Adiar a aceleração no ritmo de queda da Selic certamente penalizaria ainda mais a atividade econômica no Brasil”, defende Alban.

Vale lembrar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a prévia da inflação oficial do Brasil, subiu 0,83% em fevereiro — apontando para uma aceleração em relação à alta de 0,42% apurada em janeiro.

Haddad manda recado para Banco Central antes do Copom

O ministro da Fazenda Fernando Haddad mandou um recado para o Banco Central. O ministro disse que a autoridade monetária precisa “olhar para as necessidades do país”.

“Um Banco Central que olhe para as necessidades e crescimentos do país, enquanto cumpre a sua função institucional de controlar a inflação, que como já foi dito, depois de anos volta para dentro da banda da meta”, afirmou durante um evento na terça-feira (19).

Em sua fala, Haddad elencava as providências que devem ser tomadas para o desenvolvimento do Brasil e o destaque para o Banco Central não passou despercebido. Primeiro, porque era véspera da Super Quarta. E segundo porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a alfinetar Roberto Campos Neto.

Na semana passada, ele disse que Campos Neto, o qual se refere como “esse cidadão”, está contribuindo para o atraso econômico do país. Segundo Lula, a sociedade brasileira tem uma expectativa muito grande e que o presidente da autoridade monetária deveria ser mais “rápido”.

“Não tem nenhuma explicação o juro da taxa Selic estar a 11,25%. Não existe nenhuma explicação econômica, inflacionária. Não existe nada a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros”, afirmou, em entrevista ao SBT.

*Com Juliana Américo

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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