Corte de juros no Brasil fica mais distante após prévia da inflação: ‘Pode ficar até pro segundo trimestre de 2026’, diz economista
A prévia da inflação do Brasil mostrou um recuo de 0,14% em agosto e o país voltou a registrar deflação, o que não ocorria desde 2023. No entanto, segundo Homero Guizzo, economista da Terra Investimentos, os dados vieram piores do que parece.
No Giro do Mercado desta terça-feira (26), apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista destacou que era esperada uma deflação mais forte. A resistência de alguns núcleos preocupa o mercado e deve acender um alerta para o Banco Central.
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“O que assustou muito o mercado foi o desempenho dos preços de serviços em geral. Tivemos uma série de pressões sobre os núcleos de inflação que não permitem que a gente olhe para os números de maneira tranquila”, disse.
Com a frustração de expectativas, Guizzo alerta que ao contrário do que vem ocorrendo nas últimas semanas, o Boletim Focus pode revisar para cima as projeções para a inflação. Um eventual corte de juros ainda em 2025 fica cada vez mais improvável.
“Quem imaginava que o corte pudesse ser em dezembro, deve projetar para janeiro; quem pensava que viria em janeiro projeta para março; ou eventualmente, em um cenário mais pessimista, fique até para o segundo trimestre do ano que vem”, afirmou o economista.
Demissão levanta dúvidas sobre a independência do Fed
Nos Estados Unidos, parte do mercado acendeu o sinal de alerta com a elevação das tensões entre o presidente Donald Trump e o Federal Reserve após a demissão de Lisa Cook, diretora da autarquia que era mais alinhada ao chairman, Jerome Powell.
Para Guizzo, a independência consolidada do banco central americano trouxe tranquilidade nas últimas quatro décadas, período em que a inflação se manteve majoritariamente em patamares baixos.
Com a demissão, crescem as dúvidas sobre eventuais interferências de Trump. “A questão não é nem a Lisa Cook. É que a decisão cheira a uma ameaça velada aos outros membros do Fed”, disse o especialista.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos do dia. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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