Corte de rating da CSN (CSNA3) é possível com melhora de alavancagem mais lenta que o esperado, diz S&P
A agência de classificação de risco S&P colocou a recomendação de crédito da CSN (CSNA3) em observação para possível corte, diante de uma redução da alavancagem que considera mais lenta que o esperado, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira.
“Projetamos alavancagem próxima de 5,5 vezes em 2025 — significativamente acima de nossa expectativa anterior de 4,5 vezes para o final de 2025”, afirmou a S&P em comunicado à imprensa.
A agência calcula que a CSN pode apresentar fluxo de caixa operacional livre negativo de R$3,8 bilhões.
A empresa terminou setembro com uma relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 3,14 vezes ante 3,34 vezes ao final do terceiro trimestre do ano passado, segundo balanço divulgado no início do mês, que mostra dívida líquida de R$37,5 bilhões.
“Nossas métricas diferem daquelas reportadas pela empresa”, afirmou a S&P sobre a diferença envolvendo a alavancagem da CSN e calculando a dívida nominal ajustada da empresa em R$56,3 bilhões.
“Nossos principais ajustes são a dívida do projeto Transnordestina, ajustes previdenciários, pré-pagamentos de minério de ferro, obrigações de arrendamento, obrigações de baixa e desmobilização de ativos, risco sacado (forfaiting) e parcelamento de impostos. Isso adicionou R$21,4 bilhões à dívida ajustada da CSN em 30 de setembro de 2025”, afirmou a agência.
Segundo a S&P, as saídas de caixa da CSN “permaneceram elevadas”, com investimentos de R$5,6 milhões e carga de juros de R$5,4 milhões.
“Isso limitou a melhora na alavancagem, com dívida ajustada sobre Ebitda permanecendo em 6,0 vezes nos 12 meses encerrados em 30 de setembro de 2025, ante 7,2x em 2024”, disse a S&P.
Na sequência da divulgação de seus resultados, executivos da CSN afirmara, em 5 de novembro que a empresa estava “em estágio avançado” para a criação de uma empresa que concentrará os ativos de infraestrutura do grupo e que esperava conseguir concluir o processo em meados de 2026 e levantar “importantes bilhões de reais para reduzir alavancagem”.
A S&P afirmou em relatório que “vemos espaço limitado para uma melhora substancial na alavancagem nos próximos dois anos com base apenas no desempenho operacional” diante de um cenário difícil marcado pela competição com aço importado e preços de minério de ferro mais baixos em 2026 e 2027.
Atualmente, o rating da CSN pela S&P é BB-.
Na véspera, a agência de classificação de risco Moody’s colocou os ratings da CSN em revisão para possível corte.