Petróleo

Cortes de oferta e demanda incerta devem manter petróleo perto de US$ 40

01 set 2020, 9:54 - atualizado em 01 set 2020, 10:06
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O petróleo Brent, referência global, será cotado a em média 42,75 dólares por barril em 2020 (Imagem: Reuters/Christian Hartmann)

Os preços do petróleo sofrerão pouca mudança neste ano e subirão modestamente em 2021, à medida que os cortes de produção fizerem efeito no mercado, com o cenário para a demanda envolvido em incertezas devido à pandemia de coronavírus, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta terça-feira.

A pesquisa com 43 analistas e economistas estima que o petróleo Brent, referência global, será cotado a em média 42,75 dólares por barril em 2020, acima do consenso de 41,50 dólares projetado em julho, e próximo do preço médio de 42,60 dólares registrado no ano até agora. O preço do Brent deve ficar por volta 50,45 dólares em 2021.

Já o cenário de preços para o petróleo nos EUA em 2020, o chamado WTI,  subiu para 38,82 dólares por barril, versus 37,51 dólares em julho.

A demanda global, no entanto, deve cair mais este ano, com recuo de entre cerca de 8 a 10 milhões de barris por dia, versus o consenso de 7,2 milhões a 8,5 milhões de barris por dia em julho.

“O mercado está procurando um catalisador para romper esta faixa recente de preços”, disse Harry Tchilinguirian, chefe de pesquisas de commodity do BNP Paribas.

“Do lado baixista, isto poderia ser uma degradação da disciplina da Opep+ à medida que os preços comecem a subir, ou um revés econômico mais severo… Do lado altista, um resultado positivo da fase III dos testes de vacinas para Covid-19 que reformule as expectativas sobre a trajetória da recuperação global.”

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A Opep e aliados têm pedido que os países que estão produzindo petróleo acima das cotas acordadas aprofundem as reduções (Imagem: Reuters/Dado Ruvic/Ilustração)

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, conhecidos conjuntamente como Opep+, têm pedido que os países que estão produzindo petróleo acima das cotas acordadas aprofundem as reduções de oferta em agosto e setembro. A atual política do grupo estabelece um corte de produção de 7,7 milhões de barris por dia.

“A Opep+ provavelmente vai dar suporte para um piso de 40 dólares, mas a recuperação da demanda está em um platô e as preocupações com uma segunda onda de Covid-19 dificultarão ganhos de preço”, disse o analista do Jefferies, Jason Gammel.