Cortes no radar: Fed deve reduzir juros dos EUA três vezes até o fim deste ano, vê Inter

O Federal Reserve (Fed) deve retomar o afrouxamento monetário nos Estados Unidos (EUA) em setembro deste ano, afirma a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória. O banco central do país deve realizar cortes nas três últimas reuniões do ano, levando os juros para o intervalo de 3,50% a 3,75%.
“Se mantivermos a atual tendência dos dados, sem impacto inflacionário significativo e a atividade mantendo-se robusta, esperamos que o Fed retome o ciclo de queda dos juros a partir de setembro”, afirma.
Até o quinto mês do ano, a inflação norte-americana acumula alta de 0,94%. O mercado de trabalho também perde força na margem, tendo adicionado 619 mil empregos em 2025 até maio, enquanto havia adicionado 898 mil empregos no mesmo período de 2024.
A economista explica que, em condições normais, seria difícil o Fed justificar a atual postura de manter a taxa de juros no atual patamar. Porém, desde a posse de Donald Trump no fim de janeiro, a incerteza
econômica subiu, devido às tarifas anunciadas para diversos parceiros comerciais.
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“Boa parte dessas tarifas foram reduzidas, particularmente as da China, que saíram de 145% para 30%. Ainda assim, há muita incerteza devido ao constante vai e vem do governo americano e mesmo com o recuo, a tarifa efetiva da economia americana é a maior dos últimos 80 anos”, diz.
Vitória ressalta que, até o momento, a inflação não sofreu impacto, mas isso não quer dizer que não irá sofrer. Em 2018, quando Trump realizou a primeira guerra tarifária, o impacto das tarifas levou três meses para aparecer nos preços finais. Por outro lado, os dados de varejo, emprego e do setor imobiliário dão sinais de que a economia está desacelerando.
A economista pondera que, se as tarifas de fato impactarem a economia, o Fed corte deve iniciar os cortes no nono mês de 2025 independente do possível impacto inflacionário.