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CPI da Americanas: Presidentes de Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) são convocados, diz jornal

15 jun 2023, 11:04 - atualizado em 16 jun 2023, 10:20
Americanas
Rombo contábil da Americanas foi provocado por diretoria anterior (Imagem: Bloomberg)

A CPI da Americanas (AMER3) está ganhando novos desdobramentos, com o pedido de convocação dos presidentes dos bancos Itaú e Santander, conforme noticiou a coluna de Lauro Jardim, em O Globo. 

Segundo a coluna, os deputados Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Tarcísio Motta (PSOL-RJ) apresentaram requerimentos de convocação de Milton Maluhy Filho, do Itaú, e de Mario Opice Leão, do Santander.

Na última terça-feira (13), o presidente da Americanas, Leonardo Pereira afirmou que ambos os bancos concordaram em modificar cartas de circularização, o que viabilizou ocultar a real situação da varejista. Itaú e Santander negam as acusações.

Dessa maneira, conforme o colunista, os deputados pedem ainda a íntegra dos documentos mencionados no fato relevante divulgado pela Americanas na terça-feira.

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Fraude na Americanas

Os documentos analisados pelo comitê de investigação da varejista indicam que as demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, conforme comunicado da terça-feira (13). A companhia tem dívidas de mais de R$ 40 bilhões.

O relatório, com achados preliminares acerca do rombo contábil, demonstram ainda os esforços da
diretoria para ocultar do conselho de administração e do mercado a real situação de resultado e patrimonial.

Segundo a Americanas, foram identificados contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), além de incentivos comerciais, que teriam sido criados para melhorar os resultados, como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores.

Os lançamentos atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022, revela a companhia.

Além disso, como forma de gerar caixa para continuidade das operações da Americanas, a diretoria anterior contratou financiamentos, inadequadamente contabilizados no balanço patrimonial de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores:

  • operações de financiamento de compras de R$18,4 bilhões; e
  • operações de financiamento de capital de giro de R$2,2 bilhões.

“A indevida contabilização dessas operações de financiamento nos demonstrativos financeiros da Americanas não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo”, diz em fato relevante.

A varejista identificou lançamentos redutores da conta de fornecedores vindos de juros sobre operações financeiras no valor de R$ 3,6 bilhões.

Posicionamento Itaú

O Itaú procurou o Money Times para posicionamento sobre o caso. Confira a nota do banco na íntegra.

“O Itaú Unibanco esclarece que as cartas de circularização, que são instrumento de apoio aos trabalhos de auditoria, até 2017 traziam o saldo integral das operações de antecipação contratadas por fornecedores, denominadas “risco sacado”. A partir de 2018, após discussões de mercado, a carta de circularização foi restringida para refletir apenas as operações contratadas diretamente pela Americanas, com a exclusão do saldo das operações de antecipação contratadas por fornecedores. Por outro lado, como medida de transparência, foi adicionado o parágrafo que alertava para a realização de operações de antecipação de recebíveis emitidos contra a Americanas, permitindo que as empresas de auditoria conhecessem sua existência e questionassem sobre seu saldo, caso necessário. O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é responsabilidade exclusiva da companhia e de seus administradores. É leviano atribuir a terceiros a responsabilidade pela fraude, confessada ontem pela companhia ao mercado.”

* Com Giovana Leal

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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