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Fraude: Americanas (AMER3) explica dívida bilionária e afasta responsáveis

13 jun 2023, 10:13 - atualizado em 13 jun 2023, 10:13
Americanas
Rombo contábil da Americanas foi provocado por diretoria anterior (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Os documentos analisados pelo comitê de investigação da Americanas (AMER3) indicam que as demonstrações financeiras da varejista vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, conforme comunicado nesta terça-feira (13). A companhia tem dívidas de mais de R$ 40 bilhões.

O relatório, com achados preliminares acerca do rombo contábil, demonstram ainda os esforços da
diretoria para ocultar do conselho de administração e do mercado a real situação de resultado e patrimonial.

Segundo a Americanas, foram identificados contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), além de incentivos comerciais, que teriam sido criados para melhorar os resultados, como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores.

Os lançamentos atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022, revela a companhia.

Além disso, como forma de gerar caixa para continuidade das operações das Americanas, a diretoria anterior contratou financiamentos, inadequadamente contabilizados no balanço patrimonial de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores:

  • Operações de financiamento de compras de R$18,4 bilhões; e
  • Operações de financiamento de capital de giro de R$2,2 bilhões.

“A indevida contabilização dessas operações de financiamento nos demonstrativos financeiros da Americanas não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo”, diz em fato relevante.

A varejista identificou lançamentos redutores da conta de fornecedores vindos de juros sobre operações financeiras no valor de R$ 3,6 bilhões.

Quem participou da fraude?

O relatório da Americanas indica a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e dos ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.

A companhia informa que Gutierrez desligou-se da varejista em 31 de dezembro de 2022. Já o ex-diretor Timótheo de Barros foi afastado das funções executivas em 3 de fevereiro de 2023 e comunicou sua renúncia em 1º de maio.

Saicali, Meirelles, Abrate, Carneiro e Nunes também estão afastados da companhia desde 3 de fevereiro de 2023. Os demais colaboradores identificados até o momento já foram determinados pela administração da Americanas.

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Veja o comunicado da Americanas:

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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