Política

CRE aprova indicações para embaixadas do Brasil no Iraque, Congo, Botsuana e Senegal

21 set 2020, 19:23 - atualizado em 21 set 2020, 19:23
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Os diplomatas indicados para chefiar embaixadas do Brasil foram sabatinadas pela Comissão de Relações Exteriores via videoconferência; foi a primeira reunião semipresencial da CRE (Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) realizou na tarde desta segunda-feira (22) sua segunda reunião do dia para análise de indicações de diplomatas a embaixadas brasileiras no exterior. No primeiro grupo sabatinado, foram aprovadas as indicações de Luís Ivaldo Villafañe Gomes Santos, para o Iraque; Renato Soares Menezes, para a República do Congo; Flávio Hugo Lima Rocha Júnior, para Botsuana; e Bruno Luiz dos Santos Cobuccio, para o Senegal. Todos obtiveram 18 votos favoráveis e um contrário. Os nomes seguem agora para análise dos senadores em Plenário.

Senegal

Bruno Luiz dos Santos Cobbucio foi indicado para o posto de embaixador do Brasil no Senegal e deverá acumular o cargo na representação diplomática da Gâmbia. O relatório foi apresentado pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR).

O diplomata cursou Economia na Universidade de Campinas, concluindo o curso no Instituto Rio Branco, em 1982.  Já foi embaixador em Angola e atualmente é embaixador na Costa do Marfim desde 2016.

Durante a sabatina, ele destacou o fato de o Senegal ter dado início a um ambicioso plano econômico para colocá-lo no grupo dos emergentes até 2035. Apesar dessa oportunidade aberta, segundo Cobbucio, as exportações brasileiras estão num patamar considerado baixo ainda.

O diplomata afirmou que tanto no Senegal quanto na Gâmbia há um quadro parecido com o que ocorre nos demais países da África: a percepção de que o Brasil é uma potência, mas que está afastada e ausente do continente.

— Ao longo das décadas, encolhemos, caminhando para a quase insignificância e fomos superados por países menores. O espaço livre deixado pelo Brasil foi paulatinamente ocupado. O capital de simpatia que os africanos têm por nós é imenso.  Quando nos apresentamos como brasileiros, imediatamente os sorrisos e as portas se abrem. Mas esse capital é subutilizado e dificilmente se transforma em negócios concretos para nossas empresas — declarou.

Iraque

Indicado para o Iraque, Luís Ivaldo Villafañe Gomes Santos ingressou na carreira diplomática em 1981. Serviu em Lisboa, Bogotá, Estocolmo, Viena, Bruxelas, Adis Abeba, Washington, e Luanda, de 2012 a 2016. É o embaixador no Benim desde 2016.

O diplomata sobre a história recente do país, destacando a instabilidade político-econômica e as constantes tensões entre grupos étnicos e religiosos. Por conta disso, segundo ele, a “forte parceria estratégica” estabelecida entre as duas nações durante os anos 1970 e 1980 praticamente deixou de existir.

Se escolhido, o embaixador disse pretende continuar o trabalho para a retomada do comércio entre os países, aumentando a diversidade da pauta exportadora brasileira.

Congo

Outro diplomata que deve chefiar duas embaixadas é Renato Soares Menezes. Além de Congo, foi indicado também a República Centro-Africana. Ele graduou-se em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ingressou na carreira diplomática em 1976 e já serviu na embaixada brasileira em Tóquio, no Consulado-Geral em Buenos Aires, na embaixada em Lisboa e em outros postos.

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Outro diplomata que deve chefiar duas embaixadas é Renato Soares Menezes (Imagem: Pedro França/Agência Senado)

O indicado disse que, diferentemente do Congo, a República Centro-Africana ainda sofre com divisão interna, e um dos resultados disso é que o governo central controla apenas 30% do território. O restante está nas mãos de grupos rivais de milícias armadas.

Entre outras prioridades, ele disse que pretende trabalhar na área educacional e cultural — levando o ensino da língua portuguesa à Universidade de Brazzaville, capital congolesa — e retomar as reuniões de uma comissão mista bilateral, criada em 1984, mas que só se reuniu uma vez até hoje.

Botsuana

Para Botsuana, o indicado Flávio Hugo Lima Rocha Júnior iniciou a carreira diplomática em 1985. Exerceu, entre outras, as funções de chefe do setor Cultural na Embaixada em Londres, de chefe do setor de Promoção Comercial na Embaixada na Argélia e de chefe dos setores de Administração e Política na Embaixada na França. Foi embaixador na Mauritânia, entre 2010 e 2015, tendo, no mesmo ano, assumido a chefia da Embaixada no Senegal, cumulativamente com a Embaixada na Gâmbia.

Aos senadores, ele ressaltou a estabilidade política do país e o recente desenvolvimento econômico. Apesar disso, segundo ele, ainda é preciso trabalhar a diversidade da economia e combater a alta taxa de desemprego, ao redor de 20%.

A reunião contou com a participação do público pelo portal e-Cidadania. Uma cidadã do Rio de Janeiro perguntou ao indicado qual a relevância de se manter uma representação diplomática em Botsuana, e o diplomata reconheceu que as relações comerciais do Brasil com o país africano têm, de fato pouca, relevância, mas lembrou que uma missão diplomática não se restringe apenas ao comércio, mas à cultura e a promoção do Brasil ao redor do mundo. Ele disse que a busca de novas oportunidades de investimentos a empresas brasileiras será uma das suas prioridades.

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