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Credit Suisse nomeia novo presidente para reestruturar banco de investimento

27 jul 2022, 12:37 - atualizado em 27 jul 2022, 12:37
Novo CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner
Koerner, 59, é considerado um especialista em reestruturação na Suíça e sucederá o presidente-executivo Thomas Gottstein em 1º de agosto (Imagem: Credit Suisse/Handout via REUTERS)

O Credit Suisse nomeou o diretor de gestão de ativos Ulrich Koerner como seu novo presidente-executivo e encarregado por um plano de reduzir a área de banco de investimentos e cortar mais de 1 bilhão de dólares em custos.

Koerner, 59, é considerado um especialista em reestruturação na Suíça e sucederá o presidente-executivo Thomas Gottstein em 1º de agosto.

O executivo dirigiu o UBS Asset Management de 2014 a 2019 e atuou como consultor do presidente-executivo de 2019 a 2020.

Ele também foi executivo sênior do Credit Suisse Financial Services.

Gottstein teve um tumultuado mandato de dois anos à frente do Credit Suisse, marcado por prejuízos maciços e escândalos jurídicos.

As ações do grupo acumularam queda de 40%.

As ações do Credit Suisse atingiram uma mínima de 5 francos e o valor de mercado do banco caiu para abaixo de 14 bilhões de francos suíços em meados de julho, segundo dados da Refinitiv.

O Credit Suisse “precisará de tempo para resolver seus problemas e recuperar a confiança de todas as partes interessadas nos próximos anos”, escreveu o analista Andreas Venditti, da Vontobel, em nota a clientes.

Venditti disse que a revisão do banco de investimento era o foco certo para Koerner.

Na quarta-feira, o banco informou prejuízo de 1,59 bilhão de francos suíços (1,65 bilhão de dólares) de abril a junho.

O resultado veio muito abaixo do consenso do mercado, de 206 milhões de francos.

“Nossos resultados para o segundo trimestre de 2022 são decepcionantes, especialmente no banco de investimentos, e também foram impactados por provisões judiciais mais altas e outros eventos não recorrentes”, disse Gottstein.

O banco de investimento, que teve prejuízo de 1,12 bilhão de francos suíços antes de impostos no segundo trimestre, deve ter novo resultado negativo neste trimestre antes que os negócios se recuperem até o final do ano.

“É um ambiente de banco de investimento radicalmente diferente este ano do que no ano passado”, disse o diretor financeiro, David Mathers, em teleconferência.

Como parte da reestruturação do banco de investimento, David Miller e Michael Ebert se tornarão co-diretores do negócio, enquanto o atual chefe, Christian Meissner, se concentrará na revisão estratégica.

Em gestão de patrimônio, o Credit Suisse é classificado como o segundo maior no mundo fora dos Estados Unidos, com base nos dados da McKinsey.

Revisão

Os planos mais recentes do Credit Suisse incluem reduzir base de custos para menos de 15,5 bilhões de francos no médio prazo, contra 16,8 bilhões anualizados este ano com base nos números do primeiro semestre.

O banco havia dito anteriormente que pretendia avançar na economia de custos, acelerando medidas introduzidas em novembro como parte de um plano de reorganização com 1 bilhão a 1,5 bilhão de francos previstos em economia anual de custos estruturais até 2024.

Também disse que uma revisão em sistemas de tecnologia da informação poderia gerar cerca de 800 milhões de francos em reduções de custos no médio prazo, incluindo 200 milhões em cada um dos anos de 2022 e 2023.

O diretor financeiro Mathers disse nesta quarta-feira que o corte de custos cobrirá todo o grupo, não apenas TI. Ele não deu detalhes sobre cortes de empregos.

O índice de capital do banco agora é de 13,5%, correspondendo à meta de curto prazo, contra expectativas do mercado de 13,6%.

O indicador está abaixo da meta de 2024, de mais de 14% e de 13,8% no primeiro trimestre.

“Sou diretor financeiro há 12 anos e tive índices de capital muito, muito, muito mais baixas do que este ao longo dos anos. Por isso digo que este ainda representa um indicador dos mais altos”, disse Mathers.

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