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Credit Suisse: Vale não baterá meta de produção, e não é por causa do coronavírus

07 abr 2020, 18:08 - atualizado em 07 abr 2020, 18:08
Vale
Não será culpa da pandemia: Vale enfrenta desafios próprios (Imagem: Facebook/Divulgação/Vale)

O Credit Suisse não acredita que a Vale (VALE3) cumprirá seu guidance de produção de minério de ferro neste ano. O banco estima que a mineradora alcance 334 milhões de toneladas, ante a meta de 340 a 355 milhões.

Em relatório a clientes, ao qual o Money Times teve acesso, o Credit Suisse atribui o desempenho a causas que não se referem à pandemia de coronavírus. Várias páginas do texto, aliás, destacam que o mercado mundial de minério de ferro é mais resistente à crise de saúde, que outras commodities.

A China, que representa cerca de 70% da demanda mundial do insumo, conseguiu elevar a produção de aço bruto em 3% no acumulado do ano, o que contribuiu para uma queda menos acentuada da cotação do minério (-12%), em comparação com o cobre (-21%) e o níquel (-20%), por exemplo.

Para Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, que assinam a análise, os fatores que atrapalham a Vale concentram-se em problemas climáticos e operacionais. O banco menciona a forte temporada de chuvas que atingiu regiões em que a Vale opera, como Minas Gerais e a Região Norte do Brasil.

Brumadinho

A instituição acrescenta que a Vale também admitiu, em recente teleconferência com analistas, dificuldades para que as autoridades aprovem o acréscimo de 15 milhões de toneladas à sua capacidade, após o desastre de Brumadinho (MG).

Além disso, após detectar problemas na barragem de rejeitos de Brucutu (MG), a Vale reduziu a produção da planta para 40% da capacidade. A companhia esperava retomar 100% da produção no início do ano, mas ainda busca soluções para operar, pelo menos, a 80% da capacidade.

Ontem (6), o Credit Suisse já havia cortado o preço-alvo das ações da Vale de US$ 18 para US$ 15, ajustando-o a custos de frete menores, mas também um custo de capital para o acionista maior (11,7%, ante 10,7%).

A recomendação foi mantida em outperform (desempenho esperado acima da média do mercado).

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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