Economia

Crédito deve ficar 10% mais caro com aumento de impostos, diz presidente do Banrisul

02 mar 2021, 18:38 - atualizado em 02 mar 2021, 18:38
O spread médio deve aumentar em cerca de 10%”, disse Coutinho  (Imagem: YouTube/Banrisul)

O custo do crédito para o tomador na rede bancária deve ficar em média 10% mais caro no Brasil como consequência de alta de impostos sobre instituições financeiras, afirmou nesta terça-feira o presidente-executivo do Banrisul (BRSR3), Cláudio Coutinho, questionando a medida.

“O spread médio deve aumentar em cerca de 10%”, disse Coutinho em entrevista à Reuters.

O governo federal anunciou pela manhã que a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Liquido (CSLL) de instituições financeiras subiu de 20% para 25% até 31 de dezembro, como parte da compensação pela perda de arrecadação por reduzir a zero as alíquotas do PIS/Cofins sobre óleo diesel e gás de cozinha.

Para Coutinho, a decisão amplia uma distorção arrecadatória sobre os bancos, que já pagam mais impostos do que os demais setores e isso vai inevitavelmente causar danos maiores.

“Aumentar imposto de banco por causa da alta do petróleo não tem correlação econômica”, disse o executivo. “Encarece o crédito e é ruim para a economia, principalmente nesse momento.”

A medida acontece no momento em que bancos do país têm visto sua lucratividade diminuir, sob efeitos de maiores provisões para perdas esperadas com inadimplência, na esteira da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19.

No caso do Banrisul, controlado pelo governo gaúcho, a provisão extra de 350 milhões de reais fez o lucro de 2020 cair 35% em relação ao ano anterior.

Para enfrentar a queda na lucratividade também provocada pelo aumento da competição de bancos digitais e decorrentes da agenda regulatória, como a introdução do PIX, que pressionam as receitas com tarifas, os bancos tradicionais têm fechado agências e reduzido a folha de pagamento.

O Banrisul concluiu no fim de 2020 um programa de demissão voluntária (PDV) que reduziu o quadro do banco em 10%, para 9,1 mil funcionários. A instituição espera ter com a medida uma economia anual de 160 milhões de reais.

Além disso, do início de 2020 até o mês que vem, o banco deve concluir o fechamento de 16 agências, 25 postos de atendimento, enquanto 3 agências virarão postos de atendimento.

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