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Crédito rural deve ficar mais caro na próxima safra, segundo a CNA

31 maio 2025, 11:00 - atualizado em 30 maio 2025, 16:06
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(iStock.com/Rafa Jodar)

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirma que o crédito rural deve ficar mais caro na próxima safra, diante do cenário de incerteza fiscal e Selic a 14,75%.

Em audiência pública no Senado Federal, na última quarta-feira (28), a CNA participou de debate sobre a importância do Plano Agrícola e Pecuário 2025/26. Segundo Guilherme Rios, assessor técnico da instituição, os produtores estão preocupados.

“Com a alta da inflação e o aumento das incertezas fiscais e do endividamento público, chegamos, agora em maio, a uma taxa Selic de 14,75% ao ano. Isso tem trazido grande preocupação aos produtores, no acesso ao crédito privado e principalmente no crédito subvencionado”, afirmou.

Rios afirmou que em 2025 o orçamento das Operações Oficiais de Crédito (OOCs) para custeio e investimento é de R$ 14 bilhões. Segundo ele, o volume é maior do que o recurso do ano passado, mas ainda distante do necessário para atender toda a demanda do setor.

A CNA estima que a agropecuária brasileira demanda, anualmente, cerca de R$ 1,2 trilhão em recursos. “Esse seria o funding do setor. A composição atual do financiamento vem de fontes privadas (42%), recursos próprios (25%) e do Plano Safra (33%)”, disse Rios.

Plano Agrícola e Pecuário 2025/26

Durante a audiência, o assessor apresentou um panorama do último Plano Agrícola e Pecuário e o desempenho nos últimos 10 meses de operação. Dos R$ 475 bilhões anunciados, foram contratados pelos produtores cerca de 64% (R$ 304 bilhões).

Os principais motivos para esse resultado foram o excesso de burocracia; crédito privado mais atraente; ausência de ferramentas de seguro rural; bancos mais rigorosos na análise; subvenção insuficiente; e suspensão em fevereiro deste ano.

“Mesmo diante dos embaraços do último Plano Safra, os produtores procuraram por outras fontes de crédito rural. O aumento dos custos de produção, principalmente por conta da elevação do dólar, trouxeram maior necessidade de custeio”, disse.

O assessor ainda apresentou as dez propostas prioritárias do Sistema CNA/Senar para o Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026. O documento foi construído em conjunto com os produtores rurais e apoio das federações estaduais e sindicatos.

Entre as principais demandas do setor, está a modernização do seguro rural e a garantia de maiores recursos para custeio, comercialização, investimentos e agricultura familiar.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
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