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‘Criptomoeda de inteligência artificial’ usa Elon Musk e vira alvo de 5 reguladores americanos

04 maio 2023, 17:48 - atualizado em 04 maio 2023, 17:48
Elon Musk inteligência artificial criptomoeda
Segundo site que analisa os contratos inteligentes à procura de falhas de seguranças, existem riscos graves na negociação do token (Imagem: REUTERS/Adrees Latif)

TruthGPT (TRUTH), uma criptomoeda que diz ser baseada em inteligência artificial e usa como marketing rostos como do bilionário Elon Musk, Vitalik Buterin, criador da Ethereum, e do Changpeng Zhao, CEO da Binance, virou alvo de cinco estados dos Estados Unidos nesta quarta-feira (3).

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O motivo pode ser óbvio para alguns, mas não para outros: Golpe. Um mandado para que o criador encerrasse as operações foi emitido pelos órgãos regulatórios do Texas, Alabama, Kentucky, Montana e New Jersey por meio do ‘Texas State Securities Board’.

“Uma ordem de cessação e desistência de emergência para interromper um esquema de investimento supostamente alimentado por inteligência artificial e endossado por Elon Musk”, diz comunicado.

A ação foi contra Horatiu Charlie Caragaceanu, apontado como líer do projeto por ele mesmo através do Linkedin e suas organizações, The Shark of Wall Street e Hedge4.ai. Caragaceanu diz que suas empresas The Shark of Wall Street e Hedge4.ai atuam como “laboratórios de inteligência artificial” por meio de “programadores de aprendizado de máquina e hackers éticos”.

De acordo com o pedido dos reguladores, os criadores por trás estão promovendo TruthGPT Coin, uma criptomoeda que supostamente usa um modelo de inteligência artificial chamado Elon Musk AI.

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Este modelo de inteligência artificial é vendido como sendo capaz de analisar várias criptomoedas, prever preços futuros de ativos digitais e diferenciar investimentos lucrativos de fraudes.

As autoridades questionam o real envolvimento das personalidades, ressaltam a propaganda em cima da lucratividade do TruthGPT Coin – que alega que o TruthGPT Coin aumentará em valor em até 10 mil vezes.

De acordo com a ação do Texas, os responsáveis por essa criptomoeda já se envolveram em uma série de ofertas iniciais de moedas (ICOs), onde criaram tokens na blockchain Ethereum e na Binance Smart Chain.

“Eles supostamente divulgaram a lucratividade dos tokens por meio de sites da Internet e mídias sociais, alegando que uma oferta inicial estava vinculada a uma ‘máquina de fazer dinheiro [nomeada] Laboratório de Inteligência Artificial’, outra criptomoeda relacionada a um projeto africano de mineração de diamantes e ouro”, diz o processo.

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“Os entrevistados também disseram aos investidores que eles poderiam apostar em certos tokens para obter lucros ainda maiores – até 2.000% ao ano”, consta em outra parte do documento.

Mas o fim que estes tokens oferecidos anteriormente pelos entrevistados levou foi trágico para os investidores que caíram nessa conversa.

“Nunca aumentaram significativamente de preço e os tokens nunca garantiram listagens nas principais corretoras de criptomoedas. O valor justo de mercado de cada token agora é zero, de acordo com os pedidos”, diz processo.

É ou não do Elon Musk? A verdade sobre a TruthGPT Coin

No site do projeto, a descrição da criptomoeda foi alterada, e um aviso da não relação com o bilionário foi incluído. Entretanto, a descrição deixa a entender que essa parceria um dia já ocorreu, e, por questões técnicas, não existe mais.

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“O token $TRUTH é uma iniciativa liderada pela comunidade que visa apoiar a visão de Elon Musk de criar uma IA que busca a verdade. É importante observar que o token não é afiliado ao próprio Elon Musk. O contrato $TRUTH opera sem propriedade associada a ele. Isso ocorre porque a propriedade do contrato foi renunciada e o LP foi queimado.”

Mas, segundo o site gopluslabs.io, que analisa os contratos inteligentes à procura de falhas de seguranças, existem riscos graves na negociação do token, e as mais graves apontam para um modelo conhecido de golpe.

Entre os riscos está a função de “lista negra”, que determina no contrato inteligente que endereços apontados pelo criador não podem negociar normalmente.

Essa função aumenta o risco de honeypot, técnica do “pote de mel”, onde uma narrativa atrai investidores para uma criptomoeda e após comprar, não conseguem mais vender elas. Com isso, o criador fica com todo dinheiro que entrar no projeto.

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Outra falha encontrada pelo site é a de que existem funções programadas que podem alterar o código, e suspender a negociação da criptomoeda – outro ponto que indica o golpe do “pote de mel”. Por fim, outros riscos são apontados como a capacidade ilimitada de emissão de criptomoedas e a habilidade de alterar a taxa de negociação.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
leonardo.cavalcanti@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.