Criptomoedas e bets na mira: As alternativas do Itaú para compensar perdas com recuo do IOF

A maior taxação de apostas esportivas e a implementação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre transações com criptomoedas são algumas das medidas sugeridas pelos economistas do Itaú para compensar a perda de arrecadação projetada com o recuo parcial da medida que elevou o IOF.
No evento Macro em Pauta, o economista-chefe do banco, Mário Mesquita, disse que as bets poderiam ser taxadas como cigarros ou bebidas. “Poderia ser uma fonte importante de receita”, ponderou.
Mesquita também questionou o fato de o aumento do IOF ter deixado as criptomoedas de fora. “Não parece fazer sentido deixar esse segmento isento de tributação do IOF, dado que vai tributar os outros. O ideal seria não ter o IOF.”
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Os economistas da instituição ainda indicaram que, para compensar a perda, o governo poderia elevar a previsão no Orçamento da entrada de receitas com dividendos e leilões de petróleo.
Eles também alertaram que mudanças abruptas, como o aumento do IOF, geram incertezas e abalam a confiança do investidor — por isso, a repercussão negativa por parte dos investidores.
“Quando se cria dúvidas sobre a saída de capitais, você inibe a entrada de capitais, então é bem contraproducente”, disse Mesquita.
Crise do IOF
Os aumentos das alíquotas do IOF foram anunciados pelo governo na quinta-feira passada (22) à tarde, mas a equipe econômica reverteu elementos do decreto horas depois, diante da repercussão negativa do mercado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que esse recuo reduzia o ganho de arrecadação do governo em aproximadamente R$ 6 bilhões até 2026. Segundo a equipe econômica, o projeto na íntegra teria potencial de arrecadar R$ 61 bilhões em dois anos.
Na quarta-feira desta semana (28), o Ministério da Fazenda informou à Reuters que o governo federal vai resgatar R$ 1,4 bilhão de fundos garantidores que possuem recursos da União para compensar a perda.
De acordo com a pasta, serão sacados recursos não comprometidos do Fundo Garantidor de Operações (FGO) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC).
*Com informações da Reuters