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Crise na FTX e o “efeito cascata”; confira em quem ficar de olho como possíveis afetados (parte 1)

16 nov 2022, 19:48 - atualizado em 16 nov 2022, 19:48
FTX Alameda FTT
(Imagem: Virgile Simon Bertrand para Forbes)

A falência de uma das maiores corretoras criptos do mundo, FTX, assustou diversos players do mercado. Não apenas pela impossibilidade de sacar os ativos da corretora, que permanece até hoje, mas pelo “efeito cascata” que pode causar

Tanto a FTX, como a Alameda Research – ambos pertencentes ao empresário Sam Bankman-Fried – emprestavam, investiam e tomavam crédito de diferentes segmentos do mercado cripto, e também do tradicional. O grande medo, é que essa quebra da corretora possa “infectar” o restante do mercado.

O Crypto Times, com base em esquema elaborado pela corretora cripto CoinEX, organizou as empresas, instituições e organizações que o “efeito cascata FTX” poderia derrubar. O mapa é baseado em dados do Blockbeats; Reuters e Twitter, compilados por Lvy.

O esquema é separado em seis grupos (acionistas; projetos no ecossistema; parceiros; empresas de investimento; pares e outros) Confira um dos grupos afetados, e seus anúncios sobre o tema:

Parceiros de FTX

Assim como o próprio nome diz, tratam-se das empresas e plataformas que tinham algum tipo de parceria com a ex-corretora, e que, devido o valor de mercado da empresa ter derretido de US$ 32 bilhões para próximo de zero, podem ter suas receitas, ou serviços, afetados.

  • Amber Group

A empresa é uma plataforma de compra e venda de criptoativos, e que possui serviços como a WhaleFin – que oferece serviços de empréstimo, renda fixa e produtos estruturados baseados em ativos digitais.

Conforme o grupo, a exposição à corretora FTX foi diminuída ao longo da semana do dia 9 de novembro.

“Não temos exposição à Alameda ou $FTT . Mas, semelhante à maioria das empresas comerciais, temos sido um participante comercial ativo na FTX. Embora tenhamos reduzido significativamente nossa exposição ao longo da semana, ainda temos saques que ainda precisam ser processados”, diz.

  • Jump Crypto

A Jump Crypto trata-se de uma empresa que busca investir em tecnologias para o ecossistema cripto, assim como em profissionais do meio (desenvolvedores).

O departamento de trading da empresa estava exposto à FTX, mas diz que o risco era, e está sendo, gerenciado da melhor maneira.

“Nós, como todos vocês, ficamos chocados com os eventos que se desenrolaram na semana passada. A exposição da Jump ao FTX foi administrada de acordo com nossa estrutura de risco e continuamos bem capitalizados”, comentam.

  • Wintermute

A Wintermute é um market maker – auxilia na liquidez de bolsas e protocolos como a FTX. Conforme exposto por eles, a exposição em FTX foi diminuída assim que os rumores sobre insolvência começaram a rondar o mercado.

Além de se oferecer para ajudar a indústria a “reerguer-se”, a formadora de mercado também comenta que não tem problema em continuar oferecendo FTT aos mercados que queiram negociar o token.

“Temos fundos remanescentes em FTX e, embora isso não seja o ideal, o valor está dentro de nossas tolerâncias de risco e não tem impacto significativo em nossa posição financeira geral”, anuncia.

  • BlockFi

A BlockFi, plataforma de empréstimos e rendimentos em criptoativos, não anunciou sua exposição de forma tão amena. A plataforma anunciou que pausaria os saques devido a um buraco estimado de US$ 800 milhões em seus fundos.

A plataforma também solicitou aos clientes que não depositassem ativos na plataforma até a última ordem.

Em última atualização, publicada nesta segunda-feira (14) a BlockFi diz ter a liquidez necessária para explorar todas as opções.

“Contratamos consultores externos especializados que estão nos ajudando a navegar pelas próximas etapas da BlockFi”, diz.

Entretanto, a BlockFi planeja demissões enquanto se prepara para declarar falência, segundo informou o Wall Street Journal na terça-feira (15).

  • Voyager Digital

O caso da Voyager Digital é menos nocivo ao “efeito cascata”, mas possivelmente mais infeliz. A corretora havia anunciado falência em julho deste ano, e em setembro, a FTX ganhou o leilão para comprá-la.

Até então, Sam Bankman-Fried era visto como o salvador da falida Voyager, porém, por motivos óbvios, a aquisição não vai mais acontecer e o leilão será reaberto.

  • TrueFi

Uma plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) para empréstimos de criptoativos que teve a infelicidade de ceder US$ 7,3 milhões de empréstimos à Alameda Research que começaria a vencer no dia 20 de dezembro de 2022.

A plataforma tem um valor total travado superior a US$ 30 milhões, mas no dia 11 de novembro o criador da blockchain Tron, Justin Sun, sacou US$ 6,1 milhões em criptoativos da plataforma.

Dados OnChain indicam que ele movimentou US$ 2,4 milhões em USDT, 2,1 milhões em USDC, US$ 1 milhão em TUSD e US$ 673.000 em BUSD dos quatro pools de crédito disponíveis no protocolo de empréstimo. A plataforma não se pronunciou até o momento.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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