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CSN: acordo com Glencore ajuda dívida e lucro, mas efeito sobre ações ainda é duvidoso

17 jul 2020, 10:14 - atualizado em 17 jul 2020, 10:14
CSN Mineração CSNA3
Fôlego: CSN Mineração é trunfo para reduzir endividamento do grupo (Imagem: Facebook/ CSN)

O acordo de venda de minério de ferro da CSN (CSNA3) à trading suíça Glencore foi bem recebido pelos analistas, mas há dúvidas sobre o real impacto sobre o valor das ações da companhia brasileira.

De um lado, os primeiros relatórios sobre o assunto destacam o pré-pagamento de US$ 115 milhões à CSN Mineração, braço da empresa para o setor, em troca de 4 milhões de toneladas de minério de ferro em até cinco anos.

O pré-pagamento é visto pelo BTG Pactual (BPAC11) como um modo inteligente de reforçar o caixa com dinheiro barato e melhorar a liquidez da CSN. Leonardo Correa e Caio Greiner, que assinam o relatório, ponderam, no entanto, que o mercado ainda precisa de mais razões para se animar com a companhia.

“O que o mercado busca é a conversão do ebitda em fluxo de caixa livre, e uma rápida redução da dívida líquida para menos de R$ 25 bilhões, pelo menos”, afirmam os analistas.

Isso não quer dizer que a CSN esteja com a corda no pescoço. O BTG Pactual reconhece, por exemplo, que a empresa apresenta boa liquidez e tem recursos para honrar as dívidas de curto prazo.

Questão de prioridade

Mas a ideia é que, entre consumir os recursos da Glencore com o pagamento de dívidas e transformá-los em lucros e dividendos para os acionistas, não há dúvidas sobre o que o mercado prefere.

Por isso, a recomendação do BTG é neutra para os papéis da CSN, com preço-alvo de R$ 13 para os próximos 12 meses, o que embute uma alta potencial de 14,7% sobre a cotação usada como referência pelos analistas.

Já a XP Investimentos tem uma visão mais positiva do acordo. Yuri Pereira, que assina a análise, aponta que o impacto do negócio sobre o endividamento será pequeno – baixará de 3,9 vezes para 3,8 vezes a dívida líquida sobre ebitda de 2020.

Mas, para a XP, a intenção de reduzir a dívida já é louvável. A recomendação da gestora é de compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 14, amparada pela expectativa de que o preço do minério de ferro siga em alta. O risco, segundo o analista, é a Vale (VALE3) pressionar a cotação no segundo semestre, oferecendo um volume maior de mineral.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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