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CSN compra Elizabeth Cimentos e Mineração em negócio de R$ 1,08 bilhão

30 jun 2021, 9:04 - atualizado em 30 jun 2021, 13:14
O fechamento da operação, segundo a CSN, está sujeito a condições precedentes usuais em operações desta natureza, inclusive a aprovação por parte das autoridades concorrenciais (Imagem: Facebook/Companhia Siderúrgica Nacional)

A CSN (CSNA3) comunicou nesta quarta-feira que a sua controlada CSN Cimentos fechou contrato para a aquisição da Elizabeth Cimentos e Elizabeth Mineração, que atua na região Nordeste, em especial na Paraíba e Pernambuco.

O negócio foi avaliado em 1,08 bilhão de reais e envolve pagamento em caixa, aporte de capital e assunção de dívidas.

A aquisição adiciona uma capacidade produtiva para a CSN Cimentos de 1,3 milhão de toneladas por ano. Com o fechamento da operação, a empresa passará a ter uma capacidade total de 6 milhões de toneladas por ano e presença mais abrangente no país.

“São esperadas relevantes sinergias operacionais, logísticas, de gestão e comerciais, com espaço para evolução de mix de produtos e expansão da base de clientes”, afirmou a CSN em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os analistas do Credit Suisse Caio Ribeiro e Gabriel Galvão afirmaram em relatório que uma nova fábrica de cimento custa cerca de 250 dólares a tonelada, o que colocaria o investimento necessário para uma usina do tamanho da Elizabeth em cerca de 325 milhões de dólares, ou 1,6 bilhão de reais.

“Portanto, a transação parece relativamente mais atraente do ponto de vista de custo e também porque crescimento orgânico poderia levar vários anos para ser obtido”, disseram os analistas. Eles acrescentaram que a transação eleva a posição da CSN da sexta para a quinta posição entre os maiores produtores de cimento do Brasil, além de permitir a entrada da CSN no mercado do Nordeste. Atualmente a empresa tem suas operações concentradas no Sudeste.

As ações da CSN exibiam queda de 2,7% às 12h40, enquanto o Ibovespa recuava 0,7%.

O fechamento da operação está sujeito a condições precedentes usuais em operações desta natureza, inclusive a aprovação de autoridades concorrenciais.

A agência de classificação de risco Moody’s afirmou que a aquisição é positiva para a CSN porque vai diversificar fluxo de caixa sem afetar a liquidez da empresa.

A CSN tinha 18,2 bilhões de reais em caixa no final do primeiro trimestre. A Moody’s afirmou que aquisição poderá ser “auto-financiada”, considerando a oferta pública inicial de ações (IPO) CSN Cimentos.

A CSN Cimentos deve precificar o IPO até o final do ano, afirmaram fontes à Reuters. JPMorgan Chase e Bradesco devem ser os assessores da operação.

O grupo, que também atua em siderurgia e produção de minério de ferro, concluiu mais cedo neste ano a listagem da CSN Mineração, que atualmente tem um valor de mercado de 100 bilhões de reais.

Na véspera, a agência de classificação de risco S&P elevou a nota de crédito da CSN de “B+” para “BB”, com perspectiva positiva, o que indica que uma nova melhoria na nota no curto prazo é possível. A agência citou que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da CSN vai dar um salto para de cerca de 25 bilhões de reais este ano versus 10 bilhões em 2020.

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