CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) estacionam na bolsa; o que fazer com papéis, segundo Safra

CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) andam de lado na bolsa. Sem gatilhos claros, os papéis acumulam queda de 0,48% e 1,98%, respectivamente.
Enquanto as incertezas em torno do crescimento chinês continuam, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou tudo ainda mais confuso, em meio às suas tarifas.
Na avaliação do Safra, a dupla continuará pouco atrativa.
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O banco revisou o preço-alvo de CSN para R$ 8,30 (antes em R$ 10,40), potencial de queda de 0,36% ante o fechamento, com recomendação de venda, e CSN Mineração a R$ 5,3 (antes em R$ 5,50), potencial de alta de 7,2%, e recomendação neutra.
Em relatório, os analistas até se dizem mais otimistas com o mercado de minério de ferro, já que o frete marítimo mais baixo compensa uma visão um pouco mais negativa sobre os preços.
Por isso, aumentaram as estimativas de Ebitda, que mede o resultado operacional, para 2025 e 2026.
No entanto, cortaram as estimativas de produção de minério de ferro em perpetuidade para incorporar a exclusão do Itabirite P4+ do pipeline de projetos.
No caso da CSN, a menor rentabilidade nas divisões de siderurgia e cimento, devido a preços realizados mais baixos, mais do que compensam a melhora nos resultados de mineração.
Vai cair mais
Apesar do otimismo no curto prazo, o Safra ainda projeta preços mais baixos para o ferro.
Do lado da demanda, os desafios na China incluem a transição para um novo modelo de crescimento, fraqueza no setor imobiliário, margens apertadas das siderúrgicas, estoques elevados e confiança econômica fragilizada.
Já para a oferta, embora o esgotamento de minas seja um tema amplamente discutido no setor, isso ainda não se reflete nas projeções de produção.
“As estimativas de consenso continuam apontando para um aumento constante na produção, não apenas entre os grandes produtores, mas também entre os médios e pequenos, com volumes projetados para crescer a uma taxa composta de 11% ao ano entre 2025 e 2030”.
CSN e CSN Mineração de lado
Considerando isso, o Safra não vê espaço para valorização da CSN Mineração, dado que os preços devem cair para US$ 90/t até o final de 2025 e a posição de caixa líquido da companhia deve encolher com o ramp-up (recuperação) dos investimentos em expansão.
“Nossa recomendação neutra para a CSN Mineração, em vez de venda, se justifica pela nossa visão de que o preço da ação pode ser sustentado por seu free float reduzido e baixo volume médio diário negociado (ADTV), além da continuidade de altos retornos ao acionista, incluindo dividendos e recompras“.
Para a CSN, são dois fatores que sustentam a recomendação de venda:
- geração de caixa consistentemente negativa nos próximos anos (yield médio de FCFE ex-pré-pagamentos de -43% entre 2025–28) e
- prêmio de EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) em relação às empresas de siderurgia e mineração sob a cobertura.
“Estamos mais negativos quanto à geração de caixa da CSN nos próximos anos, já que as margens e os resultados em siderurgia e cimento devem crescer menos, e os resultados de mineração devem continuar caindo devido à queda nos preços do minério de ferro”.
Errata: As indicações foram trocadas. CSN é venda, e não neutra, e CSN Mineração é neutra, ao invés de venda. O texto foi corrigido às 17h38.