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CSN (CSNA3) entrega resultado com ajuda da mineração, mas ainda tem seu maior ‘calcanhar de Aquiles’ para superar

07 mar 2024, 16:38 - atualizado em 07 mar 2024, 16:38
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CSN entrega números positivos, aproveitando força da unidade de mineração (Imagem: CSN/Divulgação)

A CSN (CSNA3) entregou uma dinâmica mais forte no quarto trimestre do ano passado, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 3,62 bilhões batendo expectativas de analistas.

Embora a unidade de siderurgia tenha entregado preços realizados mais fortes que o esperado, foram os números de mineração os verdadeiros protagonistas do balanço, avalia o Bradesco BBI.

A instituição levanta que a produção de minério de ferro foi um dos principais destaques positivos do trimestre, apesar da queda sequencial de 5% (já esperada, dada a sazonalidade).

No comparativo anual, a produção cresceu 18%, elevando o volume total para 42,6 milhões de toneladas no ano passado, acima do guidance de 42-42,5 milhões de toneladas da companhia.

O BBI também destaca que, embora os custos tenham aumentado sequencialmente na divisão, o custo C1 veio melhor que a orientação da CSN Mineração, em média US$ 21,80.

Olhando o ecossistema da holding

Enquanto a divisão de mineração segue forte, as operações siderúrgicas da CSN dão sinais de recuperação, com as vendas de aço apontando aumento tanto em base sequencial quanto anual.

Segundo a Genial Investimentos, olhando no geral, os números demonstraram a “boa capacidade de execução operacional” da CSN no trimestre.

A corretora avalia que a diversificação de geografias ajudou. Ainda que o preço do mercado interno tenha contraído em todos os players sob a cobertura da casa, considerando o consolidado (mercado interno e mercado externo), a CSN entregou a melhor precificação do quarto trimestre, diz.

Na parte de cimentos, a Genial avalia que os dados operacionais recuaram um pouco mais que o esperado, embora tenha expectativa de alguns ganhos de sinergias em 2024 para a unidade.

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Maior “calcanhar de Aquiles” da CSN

Apesar de um balanço positivo, a CSN ainda está inserida em um mercado com condições mais apertadas, com disputa das usinas brasileiras em meio ao aumento de exposição do aço chinês no mercado, lembra a Genial.

“A companhia também encarou restrições de capacidade ocasionadas por falhas internas na gestão de sua principal planta, o que removeu a possibilidade do atingimento do guidance de vendas programado para 2023, de 4,67 milhões de toneladas”, acrescenta.

Mas o maior “calcanhar de Aquiles” da companhia continua sendo a alavancagem. A Genial diz que, embora a holding tenha seguido a tendência de arrefecimento, o ritmo ficou aquém do esperado e está “muito longe do desejável”.

“A companhia fechou o quarto trimestre com 2,58 vezes Dívida Líquida/Ebitda, acima do target anual de 2-2,5 vezes refeito no terceiro trimestre, que já embutia uma alta em relação ao guidance inicial de 1,7-2 vezes”, lembra a corretora.

De acordo com a Genial, as ações da CSN devem carecer de gatilhos se a alavancagem não entrar dentro de um patamar mais saudável. Ainda, os analistas avaliam que, se o preço do minério de ferro continuar caindo, os papéis da holding podem perder sustentabilidade.

CSNA3 ou CMIN3?

A Genial tem recomendações distintas para CSN e CSN Mineração. A holding segue com classificação de “manter” e um preço-alvo em 12 meses de R$ 17,30.

Já CMIN3 foi reforçada com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 7, uma vez que os analistas enxergam um viés de curto prazo positivo. Mesmo com a desaceleração da curva de minério de ferro esperada ao longo de 2024, eles acreditam que, do ponto de vista fundamentalista, a redução projetada de 5 milhões de toneladas de compra de terceiros e ganho do mesmo volume em produção própria versus 2023 devem criar suporte para margens maiores em 2024.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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