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CSN (CSNA3) quer dobrar de tamanho em 3 anos sem descuidar de alavancagem, diz presidente

10 mar 2022, 16:17 - atualizado em 10 mar 2022, 16:17
CSN
A meta é ter 20% a 30% dos ativos do grupo fora do Brasil, disse o presidente da CSN (Imagem: REUTERS/Fernando Soutello)

A CSN (CSNA3)está traçando planos para ganhar participação de mercado no Brasil, enquanto investe para ampliar sua presença no exterior, inaugurando uma nova fase no grupo que passou os últimos anos focado em reduzir endividamento.

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A companhia, que teve em 2021 faturamento de cerca de 48 bilhões de reais, alta de quase 60% sobre 2020, quer dobrar de tamanho nos próximos três anos, disse o presidente-executivo, Benjamin Steinbruch, em conferência com investidores nesta quinta-feira, após a divulgação de resultados trimestrais na noite da véspera.

Para tanto, a empresa está trabalhando em aquisições de ativos que sejam complementares a seus negócios atuais, como foi o caso no ano passado da Metalgráfica Iguaçu, que reforçou sua presença em embalagens metálicas no país.

A meta é ter 20% a 30% dos ativos do grupo fora do Brasil, disse o presidente da CSN.

“Estamos focando em ativos prontos e que se encaixem em nossa estratégia de contribuição de margem”, disse Steinbruch. “Dois a 3 bilhões de dólares serão investidos no exterior”, acrescentou o executivo, sem dar detalhes.

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Em Portugal, por exemplo, onde a CSN detém a produtora de aços planos revestidos Lusosider, os planos são para “dobrar a produção”, disse o Steinbruch.

Ele frisou, porém, que a meta da CSN é manter a relação de endividamento sem ultrapassar o nível de 1 vez o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

Em 2021, a alavancagem terminou o ano em 0,76 vez.

Para isso, Steinbruch citou o caixa, que a empresa pretende manter em pelo menos 15 bilhões de reais nos próximos trimestres, além de eventuais “movimentos de bolso de colete”, referindo-se à possibilidade de venda de ações que possui da CSN Mineração (CMIN3) e na rival Usiminas (USIM5).

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“Temos reservas e movimentos do bolso do colete…Ações da mineração e da Usiminas que são de muito valor e que nos ajudariam a fazer os investimentos sem alterarmos a alavancagem”, disse o presidente da CSN. A companhia terminou 2021 com caixa de 17,6 bilhões de reais.

Os planos da CSN, que completa 80 anos neste ano, acontecem no momento em que o grupo, que atua também em minério de ferro, cimento e logística, observa um movimento de “desglobalização”, com países levantando barreiras comerciais, permeado por aumento da tensão geopolítica, favorecendo produção local ante importações.

Diante desta perspectiva, em 2022 a CSN vai ser “muito mais agressiva” no mercado interno, disse Steinbruch, usando a expressão “comprar mercado”, para sinalizar o interesse da empresa em ampliar sua participação nas vendas de aço e cimento no país.

A expectativa da companhia, segundo o diretor comercial, Luis Fernando Martinez, é elevar suas vendas de aço este ano em pelo menos 10%, para cerca de 3,5 milhões de toneladas. A expectativa do setor é de alta do mercado da ordem de 2,5%.

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Em 2021, a CSN teve vendas de 3,18 milhões de toneladas de aço no Brasil, recuo de 1%.

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Preços de Aço

Além do aumento de vendas de aço no Brasil, a CSN também pretende elevar preços.

Martinez afirmou que a empresa deve aumentar os preços de aços planos e longos neste mês e no próximo entre 8% e 10%. Ele citou uma combinação já conhecida no mercado, de elevação de custos de matérias-primas e de preços internacionais da liga, fenômeno agora exacerbado pela guerra na Ucrânia.

“Vários setores estão experimentando crescimento neste início de ano de no mínimo 5%…não vejo grandes problemas de oferta e demanda”, disse o executivo. Ele se referiu a segmentos industriais que incluem máquinas agrícolas, ferroviário, caminhões e mesmo construção civil e infraestrutura.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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